terça-feira, fevereiro 04, 2014

Olhem que “desperdício”: dinheiro para saúde, educação, aposentados, deficientes…

Tijolaço


Quando o prezado amigo e a querida amiga olharem o gráfico aí de cima, esqueça as barrinhas cor-de-rosa, porque elas indicam apenas o volume de dinheiro gasto, não o crescimento do que se gastou.

O que vale para analisar, mesmo, são as bolinhas pretas que medem o quanto aumentaram estes gastos em valor real, descontada a inflação.

E aí, os números, publicados hoje pela Folha, ganham um novo significado.

O “descontrole” das despesas pública passa a ter “padrão Fifa”.

8,5% a mais em assistência a idosos e deficientes, vejam só que absurdo. Em lugar de acumularmos para pagar os juros estamos dando dignidade a essa gente, não é senhores “mercadistas”?

Quem quiser ver como eram estas despesas com FHC, como ficaram com Lula e como estão com Dilma, vai encontrar os dados aqui.

Depois vem o Amparo ao Trabalhador (FAT), que paga o seguro-desemprego, o abono salarial para quem ganha pouco, financia os cursos de qualificação profissional, obras de saneamento, agricultura familiar, etc.. Supérfluos, não?
Logo a seguir, a Saúde, esta bobagem, ainda mais agora com esta coisa horrível dos médicos cubanos, que dominados pela ideologia comunista, teimam em querer trabalhar em qualquer grotão e, pior, ainda comparecem ao trabalho e atendem as pessoas. Agora mesmo tem um que vai ser punido por atender um doente no lugar de um médico brasileiro que faltou ao trabalho.

Junto com a saúde estão os aposentados – aqueles que o Fernando Henrique, um dia, chamou de vagabundos – cuja a grande massa está se beneficiando da elevação real do mínimo.

E as despesas com educação. O que é isso? Como é que podem crescer mais do que a inflação. Vai ver estão fazendo escolas técnicas, creches, coisas do gênero… Como se sabe, populismo, não é?

Ah, e tem a expansão dos gastos reais com os servidores públicos: absurdos 2,8% acima da inflação. Embora isso reflita um crescimento quase vegetativo das despesas com pessoal, não há dúvidas que existe um descalabro em manter os funcionários mal e mal com a reposição inflacionária e ainda por cima dar umas “sobrinhas” de aumento, não é?
É curioso que os “reis do superávit” jamais se preocupam com o outro lado, o lado que de fato drena os recursos da população: os juros.

Estes são um “santo remédio” e todos comemoram quando eles aumentam, para que os “investidores” não nos dêem um tchauzinho e procurem plagas mais generosas para remunerá-los.

E quanto eles aumentaram em 2013?

Do relatório do Banco Central: passaram a “R$248,9 bilhões (5,18% do PIB), comparativamente a R$213,9 bilhões (4,87% do PIB) em 2012″.

É isso, meus caros, esta discussão acirrada sobre déficit público. Claro que um país, como uma família, deve cuidar de suas dívidas, e o Brasil tem feito isso, reduzindo – sabe lá deus com que esforço – a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB ano a ano – que era de mais de 50% no final do Governo FHC e hoje está pouco acima de 33%.

Mesmo a dívida bruta, que os economistas conservadores dizem que é “a que importa”, porque inclui os repasses feitos pelo governo ao BNDES e a outros órgãos estatais, que os devolverão, afinal, vem caindo: segundo o BC terminou 2013 em “57,2% do PIB, reduzindo-se 1,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Essa redução decorreu, principalmente, da queda no volume de operações compromissadas. No ano, houve redução de 1,7 p.p. na relação”.

Ah, a matéria da Folha mostra, ainda, em outro gráfico, que o governo poderia ter feito, sem dificuldades, a tal “meta cheia” de superavit, s não tivesse reduzido os impostos sobre alguns bens, sobre a gasolina e desonerado as empresas em suas folhas de pagamento – passando a tributar previdência pelo faturamento – como forma de manter o emprego em nível elevado.

Uma bobagem, diria o economista-chefe do Itaú, aquele banco que está autuado pela receita que, se pagasse os R$ 18,7 bilhões que deve, sozinho, já cobria o “rombo” das isenções de impostos dos combustíveis e da cesta básica, somados.

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