segunda-feira, abril 18, 2011

A pressão pela alta da SELIC - É o "mercado" querendo tirar dinheiro que iriam para a educação e saúde do povo brasileiro



Coluna Econômica

O ex-Ministro Antônio Delfim Netto sempre foi um sábio cético, conhecedor profundo dos meandros da economia e da cabeça de políticos, empresários e economistas.

Na presidência do Conselho de Economia da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), convidou diversos "cabeças de planilha" para integrar o órgão e abriu amplo espaço para suas apresentações. A intenção era uma discussão aberta que permitisse diluir os chavões do pensamento de merado.

Nas últimas semanas, parece ter caído a ficha do velho mago. Não existe a chamada teoria econômica científica, neutra. Primeiro, definem-se os interesses de grupos. Depois, adota-se a teoria que melhor atendam a esses interesses.

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É o caso agora da pressão pelo aumento de juros.

Há dois enormes desafios pela frente, frutos da conjuntura internacional e da interna.

Internacionalmente, um enorme aumento da liquidez internacional – consequência da decisão norte-americana de inundar o mercado de dólares, que provocou dois movimentos simultâneos. De um lado, um choque de preços das principais commodities internacionais, com reflexos sobre a inflação mundial – e a brasileira. De outro, uma invasão de dólares especulativos, provocando apreciação perigosa do real.

Quanto mais aumenta o diferencial de juros, maior a valorização do real, com todas as consequências conhecidas: destruição gradativa do parque industrial brasileiro, aumento do rombo nas contas externas, necessidade de ampliação dos custos financeiros de carregamento de reservas cambiais etc.

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O aumento de juros tem uma função única: reduzir a demanda interna.

Há outras maneiras de se atuar sobre a demanda, redução de prazos de financiamento, cobrança de IOF sobre crédito, aumento no compulsório, enfim um conjunto de medidas – denominadas de "prudenciais"- que reduzem a atividade econômica, sem pressionar o câmbio.

Há um porém. Quando aumentam os juros, há ganhadores – os investidores em renda fixa e, mais que isso, o capital externo que ganha com juros e com a apreciação cambial. É isso o que define o tom das críticas

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Há sinais claros de queda da atividade econômica.

Os principais focos de alta de preços até agora – alimentos – deverão entrar em franca desaceleração com a nova safra. No momento, os índices anualizados de inflação devem-se exclusivamente a efeitos sazonais.

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Por exemplo, os preços agrícolas no IPA (Índice de Preços no Atacado) subiram 18,7% apenas entre agosto e novembro do ano passado. De janeiro a abril, vieram se somar mais 7,3%.

À medida que da contagem do acumulado de 12 meses os meses do segundo semestre do ano passado forem sendo substituídos por índices menores nos mesmos meses de 2011, cairá o IPA agrícola e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado).

Se a inflação média de alimentos no atacado se fixar em 0,18% de maio em diante, a inflação anual de alimentos cairá dos 28,24% do ano passado para 8,83% este ano.

É uma questão de meses para começar a haver a redução da inflação acumulada do IPCA. Mas, enquanto não vem, há o jogo pesado para aumentar os juros.

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-pressao-pela-alta-da-selic-0?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Comentário E&P - Jornais como O Globo, Folha e Estado de triste memória para o povo brasileiro, pois apoiaram o golpe de estado perpetrado pelos Estados Unidos em 1964, estão defendeno com unhas e dentes esse verdadeiro assalto ao Tesouro Nacional que é o aumento da taxa SELIC. A inflação está sendo importada, pela excessiva colocação de dólares do governo estadunidense para o mundo inteiro. Trazê-la para o centro da meta representa quebrar o país, pois os juros deveriam subir de forma absurda, o que valoriza o real e aumenta as importações. As empresas brasileiras não conseguem competir e fecham, ficando o Brasil um país produtor apenas de commodities agrícolas e minerais. Cada ponto percentual representa R$ 20 bilhões a mais desembolsado pelo governo brasileiro no pagamento de juros da dívida interna. Cerca de 20 mil famílias mais ricas do país detém 80% dessa dívida. Assim o governo estará tirando dinheiro do povo brasileiro, via impostos regressivos e distribuindo para os mais ricos da população. É o Bolsa Máxima. A pressão dos palpiteiro econômicos que não possuem nenhuma racionalidade econômica e apenas são pagos para defender algumas ideias estapafúrdias no rádio, televisão e jornal, para que o povo brasileiro seja lesado e ache que os juros altos é que vão resolver a inflação. Está na hora de criarmos um movimento nacional contra os juros altos, denunciando aqueles cujo único objetivo é espoliar o nosso povo.

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