quinta-feira, abril 01, 2010

GEOPOLÍTICA - Flerte entre Karzai e a China assusta Obama





É preciso enxergar o mundo de acordo com as forças e interesses dos países. A mídia brasileira e a mundial falsificam quais são esses interesses. Na invasão do Iraque o objetivo não retirar um ditador sanguinário como os Estados Unidos afirmaram, mas tomar conta dos seus bilhões de barris de petróleo que estão sob o solo iraquiano. Milhares de iraquianos foram sacrificadas para que os Estados Unidos possam desfrutar do petróleo desse país. O mundo passado pela imprensa é uma farsa. O mesmo acontece no Afeganistão, importante rota de dutos de petróleo da Ásia. O tabuleiro é muito perigoso e o povo brasileiro deve estar ciente, afinal foi só nós descobrirmos o pré-sal e os estadunidenses reativaram a IV Frota. Eles devem estar no planejamento da campanha de José Serra, pois o candidato à presidência tucano já disse que se por algum azar do povo brasileiro ele for eleito, vai manter manter a regra de 1997, o que garantiria às empresas transnacionais boa parte do petróleo brasileiro.
E & P



Grandes momentos na cronologia diplomática podem ser quase imperceptíveis quando os atores são entidades opacas, inescrutáveis. A visita do presidente Hamid Karzai do Afeganistão à China e ao Iran, semana passada, fez soar alarmes em Washington que chegaram ao Salão Oval da Casa Branca.

Os dois dias de encontros de Karzai em Pequim foram agendados para acontecer exatamente ao mesmo tempo em que acontecia o diálogo estratégico de alto nível entre EUA e Paquistão em Washington.

Karzai desafiou friamente a campanha diplomática do presidente Barack Obama, que exigia movimento para “isolar” o Irã na região – e desafiou-a não uma, mas duas vezes, na última quinzena. Antes, Karzai já havia recebido com visível simpatia, em Cabul, a visita do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, no momento em que o secretário de Defesa dos EUA Robert Gates estava em visita ao Afeganistão.

Washington não perdeu tempo para mostrar desagrado. Obama voou sem qualquer anúncio ou aviso para Cabul no domingo, para ouvir explicações presenciais e imediatas de Karzai.

James Jones, conselheiro de segurança nacional dos EUA disse, em reunião com os jornalistas da Casa Branca, que Obama esperava ajudar Karzai a compreender que “no segundo mandato há coisas que [Karzai] tem de fazer, como presidente de seu país, para enfrentar questões às quais praticamente ninguém deu qualquer atenção desde o primeiro dia”.

O comentário surpreendentemente incisivo de Jones faz eco ao que o New York Times escreveu, de Cabul: que Obama “apresentou sua crítica firme pessoalmente ao presidente afegão”, e crítica que manifestava “crescente desagrado”.

O jornal comentou:
“A visita do presidente Obama ao Afeganistão veio num cenário de tensão entre o presidente Karzai e os norte-americanos.” Citou um diplomata europeu em Cabul, que teria dito que “ele [Karzai] está afastando-se do ocidente”. E lembrou também que o presidente afegão “recebeu calorosamente em Cabul um dos mais eloquentes e ‘falantes’ adversários dos EUA” e, depois , novamente se encontrou com ele no fim-de-semana em Teerã”, além de ter visitado a China, país que está fazendo investimentos econômicos no Afeganistão, e “colhendo vantagens dos caros e difíceis esforços para garantir a segurança, em que se empenharam os EUA e outras nações ocidentais”.

Parece que Karzai acabava de chegar de volta a Cabul, vindo de Teerã, quando o US Air Force One que transportava Obama pousou na base aérea de Bagram, ao norte da capital afegã. Obama convidou Karzai a visitá-lo em Washington dia 12 de maio.

A primavera está no ar
Muito evidentemente, os americanos estão furiosos por Karzai estar claramente escapando das garras dos EUA e buscando a simpatia da China e do Irã. A falsa cordialidade aumenta, à medida que Washington sente o chão escapar-lhe sob os pés.

Curiosamente, dois dias depois de voltar de Pequim para Cabul, na 3ª.-feira, Karzai voou para Teerã, para participar das celebrações do Nowruz. Ao celebrar o renascimento da primavera num excepcional encontro regional de países que língua persa, em Teerã, Karzai chamou a atenção do mundo para a múltipla identidade do Afeganistão, sociedade plural com longa história pre-Islâmica.

Mas em termos políticos, foi movimento ostensivo de autonomia em relação aos controles norte-americanos. Em Teerã, Karzai visitou o Líder Supremo aiatolá Ali Khamenei.

Se a diplomacia de Karzai para o Irã foi rica em simbolismos políticos, sua visita à China foi politicamente substantiva. Karzai fez-se acompanhar dos ministros afegãos de Relações Internacionais e da Defesa. A agência chinesa de notícias Xinhua noticiou, de Pequim, que a visita de Karzai “atraiu muita atenção, em momento em que as grandes potências especulam sobre se a China se engajará em esforços mais profundos para reconstruir – e possivelmente dará também assistência militar – ao Afeganistão destruído pela guerra.”

A agência Xinhua neutralizou qualquer possível especulação sobre o papel da China na guerra:

“Desde o início de 2008, funcionários afegãos e soldados da OTAN têm repetidamente pedido à China que abra a fronteira no extremo leste do corredor Vakhan, para facilitar o combate aos terroristas no Afeganistão. A China tem rejeitado o apelo, para não se deixar arrastar para uma guerra ao terror. (...) O ministro chinês do Exterior Yang Jiechi declarou no início desse mês que não se alcançará solução fundamental para a questão afegã por meios militares”.

Zhang Xiaodong, deputado-presidente da Associação Chinesa de Estudos do Oriente Médio, também foi citado: “a China definitivamente não participará de negócios internos do Afeganistão no quadro da OTAN”.

Zhang desafiou a conclamação do secretário-geral da OTAN Anders Fogh para reforçar os laços da aliança com países asiáticos como China, Índia e Paquistão, além da Rússia, que têm interesse na estabilidade do Afeganistão. Para Zhang “o engajamento desequilibrado desses atores [asiáticos] só gerará mais problemas.”

Zhang acrescentou que “o Afeganistão deve por fim à dependência em relação aos EUA. No momento atual, Washington está muito profundamente envolvida, o que gera nervosismo entre os vizinhos. Agora, Karzai espera encontrar mais apoio de outros grandes países e encontrar posição diplomática mais equilibrada.”

Apesar disso, em encontro com o ministro da Defesa afegão Abdul Rahim Wardak, o ministro chinês da Defesa Liang Guanglie falou de cooperação bilateral. “Os militares chineses continuarão a dar assistência ao Exército Nacional Afegão, para ampliar sua capacidade para proteger a soberania nacional, a integridade do território e a estabilidade doméstica”, disse Liang. E destacou que a cooperação militar avança suave mas firmemente na direção de oferecer suprimentos militares e treinamento de soldados, e que a assistência chinesa é “incondicional”.

Crítica demolidora contra a política do Af-Pak, no China Daily
Na 4ª.-feira, antes de Karzai encontrar-se com o presidente da China Hu Jintao, o jornal estatal China Daily publicou crítica arrasadora contra a política dos EUA para o Af-Pak, em artigo intitulado “O Afeganistão reflete a auto-obsessão dos EUA” [ing. "Afghanistan reflects US' self-obsession", ].
Lá se lê:
“É claro que os EUA querem manter a influência sobre o Afeganistão mesmo depois da retirada das tropas, não importa o que aconteça. É o mesmo que dizer que os EUA não aceitarão que poderes regionais, como a China, desempenhem papel maior nos negócios afegãos. Em vez disso, a única coisa que interessa aos EUA partilhar com países como a China é o encargo da reconstrução econômica.”

O comentário insiste na tecla das diferenças nas “instâncias básicas” entre China e EUA. Primeiro, os EUA adotaram abordagem diferenciada em relação ao terrorismo, porque seu foco é evitar que os Talibã ou a al-Qaeda ameacem a segurança dos EUA ou em território nacional ou em instalações dos EUA pelo mundo. Diferente disso, “a China, como vizinha do Afeganistão, também precisa lidar com ameaças não-tradicionais à segurança, como tráfico de drogas, contrabando de armas e outros crimes de fronteira” – disse o China Daily.

“Em segundo lugar, a “consolidação” da presença militar dos EUA no sul da Ásia, que usa a guerra do Afeganistão como pretexto, implica pressão extra contra os interesses de defesa e da segurança da China”.

Terceiro, há conflito entre os interesses econômicos de China e EUA. “Os EUA têm prioridade na seleção de projetos (...) E seu input econômico visa a conseguir pagar as operações militares”, o que força as empresas a enfrentar concorrência desigual nos contratos de seguros, além de expô-las a ameaças à segurança.

Quarto, os EUA são sempre prescritivos e “têm tentado impor seu modelo político ao Afeganistão, considerado país atrasado. A China, por outro lado, crê que os afegãos (com todos seus grupos étnicos e partidos políticos) devem poder decidir sobre a forma de governo que desejam, baseados em sua cultura, em sua tradição e em suas condições domésticas”.

Quinto, o jornal China Daily diz que EUA e China visam a “objetivos geopolíticos” opostos. Os EUA têm uma “estratégia ofensiva de contraterrorismo, na qual o Afeganistão é usado como peão, para preservar a dominação global e conter a concorrência. A China, ao contrário disso, trabalha por uma política defensiva de defesa nacional e deseja manter boas relações, como país vizinho do Afeganistão”.

Em prospectiva, diz o comentário chinês:

“O caos provocado pela guerra no Afeganistão ameaça a segurança da região noroeste da China. Um governo fraco em Cabul implicaria fronteiras mal geridas, o que, por sua vez, facilitaria o tráfico de drogas e o contrabando de armas e levaria os separatistas “do Turcomenistão Leste” a buscar abrigo no Afeganistão, o que geraria dificuldades na Região Autônoma Uigur de Xinjiang.
A China trabalha para reunir mais países interessados em resolver o problema afegão (...). A SCO [ing. Shanghai Cooperation Organization] pode desempenhar papel mais ativo, porque cinco dos seis vizinhos do Afeganistão participam daquela organização como membros ou como observadores (...). Mas, dada a atual situação no Afeganistão, qualquer proposta de reconciliação e reconstrução liderada pela SCO é proposta irrealista. Assim sendo, [a China] só pode oferecer e prover ajuda ao Afeganistão por canais multilaterais.

Sinais de apoio a Karzai
Na véspera de partir para Pequim, Karzai recebeu uma delegação do grupo oposicionista Hizb-i-Islami liderado por Gulbuddin Hekmatyar. Washington é ambivalente em relação a Hekmatyar; mas, em declaração conjunta emitida depois da visita de Karzai, Pequim manifestou-se favorável à reconciliação e ao processo de reintegração no Afeganistão; e afirmou “respeito pela escolha do povo afegão, que optou pela estrada do desenvolvimento mais adequada às suas condições nacionais”.

Os encontros que Ahmadinejad manteve em Cabul, seguidos da visita de Karzai a Islamabad, e, agora, a visita de Karzai a Pequim e Teerã – a rápida sucessão de contatos de alto nível sugere um padrão.

O que provavelmente mais alarmou Washington é que a posição dos chineses em relação à reconciliação nacional no Afeganistão integra-se bem à agenda e aos acordos políticos de Karzai e, também, com as preocupações e interesses do Irã.

A declaração conjunta de China e Afeganistão afirma que Pequim está pronta a expandir a cooperação econômica, o comércio e investimentos, ao mesmo tempo em que destaca o princípio do “respeito pela escolha do povo afegão, que optou pela estrada do desenvolvimento mais adequada às suas condições nacionais”.

Washington vê aí o risco de a capacidade financeira da China reduzir a dependência de Karzai da prodigalidade ocidental, ao mesmo tempo em que poderá encorajar o líder afegão a resistir às tentativas ocidentais para dominá-lo.
Washington evidentemente sabe que Pequim e Teerã têm preocupações similares em relação a praticamente todas as questões-chave da situação afegã.

Dentre essas semelhanças, está o que os dois países pensam sobre a “agenda oculta” dos EUA na guerra do Afeganistão e, portanto, sobre a urgência de estabilizar-se o Afeganistão; sobre os dois pesos que Washington manobra na luta contra o terrorismo; sobre a abordagem hegemonista em relação ao Afeganistão; sobre a imperiosa necessidade de “Afeganistização”, inclusive de reconciliação nacional conduzida pelo próprio Afeganistão e, sobretudo, sobre se seria desejável uma cooperação entre países cujos interesses e objetivos coincidam na Região, com vistas a um acordo para pacificar o Afeganistão.

Pequim, por sua vez, deve preocupar-se com a situação crítica da segurança no Afeganistão; e o fato de haver interesses comuns entre Pequim e Teerã, bem pode servir como catalisador para firmar ainda mais a posição de Pequim em relação à questão nuclear do Irã.
E a perspectiva de que se firmem laços estratégicos de longo prazo entre EUA e o Paquistão? Será que preocupa a China?
Um alto conselheiro do ex-primeiro ministro do Paquistão Nawaz Sharif escreveu recentemente: “relações estratégicas com os EUA podem bem influenciar outros laços vitais. Dois, sobretudo, são críticos. Os EUA estão decididos a construir uma ‘mudança de regime’ no Irã. E o que estarão pensando, para o Paquistão? E temos de examinar o risco de qualquer cooperação entre Islamabad e os EUA atrapalhar nossas relações com a China.”

Até agora, os comentários chineses parecem manter certo distanciamento. Tendem a ver o projeto de parceria EUA-Paquistão como estratégia de longo prazo, e movimento pragmático dos dois lados – nascido do fato de Washington precisar da ajuda do Paquistão para estabilizar o Afeganistão e, por outro lado, do fato de que Islamabad precisa dos EUA para ressuscitar a economia e manter um equilíbrio estratégico em relação à Índia.

Mas Pequim não pode esquecer a estratégia regional subjacente dos EUA, que visa a impedir que a China consiga vias de acesso até a região do Golfo Persa via Ásia Central, contornando o Estreito de Malacca, efetivamente controlado pelos EUA. A estratégia dos EUA não funcionará, a menos que consigam alinhar o Paquistão.

O show de apoio a Karzai, oferecido por Pequim (e Teerã) vem num momento em que as relações de Karzai com EUA e com o Paquistão estão abaladas... para dizer o mínimo.

O artigo original, em inglês, pode ser lido em:
http://www.atimes.com/atimes/South_Asia/LC30Df01.html

Ou copiado/colado a seguir:



South Asia
Mar 30, 2010


Karzai's China-Iran dalliance riles Obama
By M K Bhadrakumar

Great moments in diplomatic timing are hard to distinguish when the practitioners are inscrutable entities. Afghan President Hamid Karzai's visits to China and Iran within the week rang alarm bells in Washington which were heard in the Oval Office of the White House.

Karzai's two days of talks in Beijing last week were scheduled exactly at the same time as the high-profile strategic dialogue taking place between the United States and Pakistan in Washington.

Karzai has coolly defied the President Barack Obama's do-or-die diplomatic campaign to "isolate" Iran in the region - not once but twice during the past fortnight. Karzai earlier received his Iraniancounterpart, Mahmud Ahmadinejad, with manifest warmth in Kabul while the US Defense Secretary Robert Gates was on a visit to Afghanistan.

Washington lost no time signaling its displeasure. Obama flew into Kabul on Sunday unannounced for an "on the ground update" from Karzai.

US national security advisor James Jones told the White House press party that Obama hoped to help Karzai understand that "in this second term there are things he has to do as the president of his country to battle the things that have not been paid attention to almost since day one".

Jones's unusually sharp comment bears out the New York Times report from Kabul that Obama "personally delivered pointed criticism" to the Afghan president that "reflected growing vexation" with him.

The newspaper commented:

Mr Obama's visit to Afghanistan came against a backdrop of tension between Mr Karzai and the Americans. It quoted a European diplomat in Kabul as saying, "He's [Karzai] slipping away from the West" and it went on to point out that the Afghan president "warmly received one of America's most vocal adversaries" in Kabul and then "met with him again this past weekend in Tehran", apart from visiting China, "a country that is making economic investments in Afghanistan, ... taking advantage of the hard-won and expensive security efforts of the US and other Western nations."

It seems Karzai had barely got back to Kabul from Tehran when the US Air Force One carrying Obama landed in Bagram air base north of the Afghan capital. Obama has since asked Karzai to go over to Washington on May 12.

Spring is in the air
Clearly, the Americans are furious that Karzai is steadily disengaging from the US's grip and seeking friendship with China and Iran. Pretences of cordiality are withering away even as Washington realizes that the ground beneath its feet is shifting.

Curiously, two days after his return to Kabul from Beijing on Thursday, Karzai flew to Tehran to celebrate Nowruz festival. By celebrating the advent of spring at an extraordinary conclave of Persian-speaking regional countries in Tehran, Karzai drew attention to Afghanistan's multiple identity as a plural society of pre-Islamic antiquity.

But in political terms, he ostentatiously displayed his freedom from American control. His itinerary in Tehran included a meeting with Iran's Supreme Leader Ayatollah Ali Khamenei.

If Karzai's Iran diplomacy was rich in political symbolism, his state visit to China was politically substantive. Karzai was accompanied by the Afghan ministers of foreign affairs and defense. China's Xinhua news agency reported from Beijing that Karzai's upcoming visit "has drawn wide attention at a time when major powers are speculating whether China would engage deeper in efforts to rebuild - and possibly offer military assistance to - the war-torn country."

Xinhua scotched speculation regarding any role for China in the war:

Since early 2008, Afghan officials, as well as the NATO [North Atlantic Treaty Organization] troops, have repeatedly asked China to open the border on the east end of the Vakhan corridor to help them fight terrorists in the country. China has rejected the appeal, refusing to be sucked into a war on terror. ... Foreign Minister Yang Jiechi said earlier this month that military means would not offer a fundamental solution to the Afghan issue.

Zhang Xiaodong, deputy head of the Chinese Association for Middle East Studies, was quoted as saying, "China definitely will not participate in the country's internal affairs under the NATO framework".

Zhang challenged the call last month by NATO secretary-general Anders Fogh Rasmussen to reinforce the alliance's ties with Asian countries such as China, India and Pakistan as well as Russia, which would have a stake in Afghanistan's stability. Zhang said "unbalanced engagement by these [Asian] stakeholders" could lead only to more problems.

Zhang added: "Afghanistan should cut its reliance on the US. At the moment, Washington is deeply involved, and it makes other neighbors nervous. Karzai now hopes to seek more support from other big countries and find a diplomatic balance."

However, in a meeting with his Afghan counterpart, Abdul Rahim Wardak, Chinese Defense Minister Liang Guanglie pledged bilateral military cooperation. "Chinese military will continue assistance to the Afghan National Army to improve their capacity for safeguarding national sovereignty, territorial integrity and domestic stability," Liang said. He pointed out that the military cooperation is proceeding smoothly in the direction of military supply and personnel training and the Chinese assistance is "unconditional".

China Daily lambasts AfPak
On Wednesday, ahead of Karzai's meeting with Chinese President Hu Jintao, the government-owned China Daily featured a devastating critique of the US's AfPak policy in an article titled "Afghanistan reflects US' self-obsession".

The commentary said:

It is clear that the US would like to maintain its influence over Afghanistan even after withdrawing its troops, no matter when that happens. Which means it would not allow regional powers such as China to play a greater role in Afghan affairs. Instead, what the US is willing to share with countries like China is the burden of economic reconstruction.

The commentary harped on differences in the "basic stances" of China and the US. First, the US has adopted a differentiated approach toward terrorism insofar as its focus is on preventing Taliban or al-Qaeda from threatening its homeland security or US's facilities and personnel. On the contrary, "China, as Afghanistan's neighbor, also needs to tackle non-traditional security threats such as drug trafficking, arms smuggling and other cross-border crimes," China Daily said.

Second, the US's "consolidation" of its military presence in Central and South Asia" on the pretext of the Afghan war "put extra pressure on China's defense and security interests".

Third, the US and Chinese economic interests clash. "America gets priority in project selection ... And its economic input is aimed at paying for its military operations," while Chinese enterprises face unfair competition in securing contracts and are vulnerable to security threats.

Fourth, the US is prescriptive and has been "trying to force its political model on the backward country. On the other hand, China believes the Afghans (of all ethic groups and political parties) should decide on what form of government they want based on their culture, tradition and domestic conditions."

Fifth, China Daily said the US and China are pursuing contradictory "geopolitical objectives". The US has an "offensive counterterrorism strategy in which Afghanistan is being used as a pawn to help it maintain its global dominance and contain its competitors. China, on the contrary, pursues a defensive national defense policy and wants to have good relations as neighbors of Afghanistan."

Looking ahead, the commentary said:

The chaos caused by the war in Afghanistan is threatening security in China's northwestern region. A weak government in Kabul could mean a poorly manned border, which in turn would facilitate drug trafficking and arms smuggling and allow "East Turkmenistan" separatists to seek shelter in Afghanistan after causing trouble in the Xinjiang Uyghur Autonomous Region.

China should get more countries to come together to resolve the Afghan problem. ... The SCO [Shanghai Cooperation Organization] could play a more active role because five of Afghanistan's six neighbors are its members or observers. ... But given the present situation in Afghanistan, an SCO-led reconciliation and reconstruction process is an unrealistic proposition. Hence at present it [China] could only provide help through multilateral channels.

A show of support for Karzai
On the eve of Karzai's departure for Beijing, he received a delegation from the opposition Hizb-i-Islami group headed by Gulbuddin Hekmatyar. Washington is ambivalent about Hekmatyar, but in the joint statement issued after Karzai's visit, Beijing expressed support for the reconciliation and reintegration process in Afghanistan and affirmed "respect for the Afghan people's choice of development road suited to their national conditions".

Ahmadinejad's consultations in Kabul, followed by Karzai's dash to Islamabad, and now his visits to Beijing and Tehran - the sudden spurt of high level exchanges suggest a pattern.

What should alarm Washington most is that the Chinese position on Afghan national reconciliation meshes with Karzai's political agenda and accords with Iran's overlapping concerns and interests.

The China-Afghan joint statement affirms Beijing's readiness to expand economic cooperation, trade and investment while upholding the principle of "respect for the Afghan people's choice of development road suited to their national conditions".

Washington will factor in that it is quite within China's financial capacity to reduce Karzai's dependence on Western largesse, in turn encouraging the Afghan leader to shake off the West's attempts to dominate him.

The US-government funded media speculated that during his stay in Beijing, Karzai might seek Chinese investment in Afghanistan's vast reserves of minerals such as the rich gas fields in the northwestern region bordering Turkmenistan, which is already connected by a pipeline to Xinjiang.

It cannot be lost on Washington that Beijing and Tehran share similar concerns on almost all core areas of the Afghan situation.

These include their perspectives regarding the US's "hidden agenda" in the Afghan war and therefore the urgency of stabilizing the Afghan situation, Washington's double standards in the fight against terrorism, the West's hegemonistic approach toward Afghanistan, the imperative need of "Afghanization" including an Afghan-led national reconciliation, and most important, the desirability of cooperation among like-minded countries in the region in the search for an Afghan settlement.

Conceivably, Beijing's worries over the critical security situation in Afghanistan and its commonality of interests with Tehran could well act as an additional factor hardening Beijing's stance apropos the Iran nuclear issue.

Equally, does the prospect of long-term strategic ties between the US and Pakistan worry China?

A senior advisor to the former Pakistani Prime Minister Nawaz Sharif wrote recently, "Strategic relations with the US may well impinge on other vital linkages. Two are critical. With the US determined to engineer a 'regime change' in Iran, what would its expectations be from Pakistan? Finally, can we [Islamabad] contemplate cooperating with the US in any initiative that could trouble our relations with China?"

For the present, the Chinese commentaries seem to take a detached view. They tend to view the US-Pakistan long-term strategic partnership project as a pragmatic move on both sides - borne out of Washington's need to solicit Pakistani help to stabilize Afghanistan on the one hand and on the other hand Islamabad's need of US help to resuscitate its economy and to maintain a strategic balance vis-a-vis India.

But Beijing cannot be oblivious of the underlying US regional strategy to frustrate China's efforts to gain access routes to the Persian Gulf region via Central Asia bypassing the Malacca Strait, which is effectively under American control. The US strategy cannot work unless Pakistan falls in line.

Beijing's (and Tehran's) show of support for Karzai comes at a time when his relations with the US and Pakistan are somewhat rocky, to say the least.

Ambassador M K Bhadrakumar was a career diplomat in the Indian Foreign Service. His assignments included the Soviet Union, South Korea, Sri Lanka, Germany, Afghanistan, Pakistan, Uzbekistan, Kuwait and Turkey.

http://www.atimes.com/atimes/South_Asia/LC30Df01.html

Nenhum comentário: