sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Alta generalizada no nível de emprego, é a previsão da Fiesp para 2010

Alta generalizada no nível de emprego, é a previsão da Fiesp para 2010

Fernando Taquari, de São Paulo – VALOR

A indústria paulista deve apresentar um crescimento generalizado no nível de emprego nos próximos meses por conta da forte retomada da economia. A tendência de alta será reforçada em março, com a provável antecipação da safra do açúcar e do álcool.

“Algumas dessas indústrias pretendem aproveitar o preço dos dois produtos, que estão em expansão, para antecipar a safra, o que contribuirá para a criação de empregos”, afirmou Walter Sacca, diretor adjunto do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O preço do álcool teve significativa elevação nos últimos meses por causa do aumento no consumo interno, enquanto o açúcar ficou mais caro em função do crescimento da demanda externa com a quebra da safra em 2009 na Índia.

Os dois setores, no entanto, puxaram o índice de emprego para baixo em janeiro, com o corte de cerca de 3 mil postos de trabalho. Apesar disso, Sacca lembra que nesta época do ano sempre há o efeito sazonal sobre indicador, com o fim da safra e corte de vagas.

De acordo com a pesquisa de emprego da Fiesp, foram criados no mês passado 12 mil postos de trabalho, com um avanço de 0,54% no comparativo com dezembro, na série sem ajuste sazonal. Com ajuste, houve alta de 0,42%. No confronto com o primeiro mês de 2009, o indicador apresentou queda de 2,68%, o que significou o fim de 60 mil vagas.

“Começamos o ano e o nível de emprego está próximo ao registrado em 2008 e 2007, dois bons anos para a indústria. A tendência aponta para a continuidade desse processo, mas não dá para dizer que vamos superar os números do pré-crise”, acrescenta Sacca.

No início de 2010, 17 setores apresentaram um desempenho positivo e três ficaram estáveis. Apenas dois tiveram um resultado negativo. Entre aqueles que mais contrataram, destaque para produtos de madeira (1,7%). “Neste caso, influenciou a construção civil, que atravessa um momento de quase euforia”, explicou Walter Sacca. Em seguida aparecem produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,5%) e máquinas e equipamentos (1,3%), que ainda se recupera das perdas ocorridas durante a crise financeira mundial.

Em contrapartida, houve enxugamento de funcionários em fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-3,3%), que engloba o álcool. Já em produtos alimentícios, onde se encontra o açúcar, o recuo foi de 0,7%.

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