sexta-feira, maio 22, 2009

A OFENSIVA TUCANA

Laerte Braga


Entender o desespero do comando paulista do PSDB para eleger o governador José Serra presidente da República em 2010 não é tão difícil assim. Se deixarmos de lado fatores pessoais como vaidades, o autoritarismo estúpido e boçal de Serra, o primeiro fator a ser levado em conta é o “investimento”.

E nesse item vale a pena lembrar uma história acontecida em 1984 quando da eleição – indireta – de Tancredo Neves. Àquela época vigia o princípio da fidelidade partidária e o chamado colégio eleitoral que elegia o presidente era integrado entre outros por deputados estaduais numa representação proporcional ao peso dos partidos nas assembléias legislativas. O bi-partidarismo já havia sido quebrado, mas não havia ainda essa imensidão de partidos com assentos no Congresso, ou nas assembléias.

Paulo Maluf, adversário de Tancredo, consciente que perdera a maioria no Congresso Nacional voltou-se para os deputados estaduais e diante do bombardeio legal do PMDB no TSE – Tribunal Superior Eleitoral – e depois no STF – Supremo Tribunal Federal (era conhecida assim a suprema corte, hoje DANTAS INCORPORATION LTD) – resolveu consultar o senador Roberto Campos sobre se valia investir cem milhões de dólares na compra de deputados estaduais (e alguns federais) para chegar ao Planalto.

A resposta de Roberto Campos, especialista no item entreguismo e sua principal conseqüência, o lucro advindo da corrupção generalizada, disse que sim. Avaliou que um investimento de cem milhões de dólares daria um retorno de um bilhão de dólares em quatro anos de mandato e naquele momento o mandato presidencial era de cinco anos. O azar de Maluf foi que o STF julgou o voto como sendo questão de consciência e portanto desobrigado da fidelidade.

Uma coisa anda junto da outra.

O grande capital, o deus mercado, interessado em arrematar a compra do Brasil, porção com dimensões continentais de terra na América do Sul, aposta em Serra, como apostou e levou boa parte com FHC – Fernando Henrique Cardoso.

Serra é o instrumento desse capital e, óbvio, regiamente remunerado. É a característica tucana, ou são as características tucanas, uma decorrente da outra – o entreguismo e a corrupção.

Preocupados com os altos índices de popularidade do presidente Lula – sem análise de mérito de seu governo - mas conscientes que o País hoje é bem diferente do País que FHC deixou. Assustados com a candidatura da ministra Dilma Roussef. Apavorados com a incompetência crônica de Serra para administrar – São Paulo está uma lástima -. E de olho no tesouro ou nos acenos do grande capital. Mais ainda, temerosos dos escândalos no Congresso envolvendo deputados e senadores tucanos e DEMOcratas – braço explícito do fascismo tucano – e, principalmente, sabedores que a proporção investir um para ganhar dez, hoje, é muito maior, resolveram sair da toca e armar com a mídia internacional – a brasileira é ficção – todas essas jogadas torpes e canalhas, bem ao feitio tucano.

Serra tem dificuldades dentro de seu partido. Aécio Neves governador de Minas é um tresloucado, mas não rasga nota de cem e sabe do seu peso no jogo sucessório. E num dado momento a luz vermelha acendeu. Foi quando começaram a vir a tona todas as trapaças de figuras antes tidas como impolutas, caso do corrupto senador Tasso Jereissati, ou da corrupta governadora Yeda Crusius. Ou o corrupto Teotônio Vilela Filho e vai por aí afora – não existe tucano que não seja corrupto ou não esteja à venda.

A reação é no melhor estilo da principal quadrilha do crime organizado e legalizado no Brasil, o PSDB. Num primeiro momento transformaram a doença da ministra Dilma Roussef em terrorismo político. Está doente, a doença é incurável, não tem condições. É que a ministra continua a subir nas pesquisas dos institutos deles mesmos, ou do esquema deles, o FIESP/DASLU, associado a Wall Street e Washington. E sua saúde está em recuperação plena.

O segundo, a CPI da PETROBRAS que cumpre dois objetivos. Acuar o governo Lula, criar-lhe toda a sorte de dificuldades e preparar o terreno para vender a idéia da privatização. Justo no momento que o Brasil se transforma num dos países com as maiores reservas petrolíferas em todo o mundo. E isso, de repente, pode transformar esse pedaço de terra com dimensões continentais aqui na América do Sul, numa nação de verdade. Livre, soberana e justa com os seus cidadãos.

O tucanato ainda tem mercadorias para oferecer. Além da PETROBRAS, têm o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Filés que o capital internacional está de olho desde o governo FHC. Faltou peito e respaldo ao ex-presidente para consumar o crime de venda do Brasil. E os resultados obtidos nos seus oito anos, do ponto de vista deles, foram ótimos. Todos ricos, empresas como a VALE e a EMBRAER privatizadas, a farra da telefonia e vai por aí afora.

Uma pesquisa feita nas eleições de 2006 mostrou que o candidato tucano, o pastel de vento Geraldo Alckimin havia perdido votos exatamente quando tocou no assunto privatizar a PETROBRAS. Decidiram falar de forma diferente agora. Uma CPI para investigar supostas irregularidades e normalizar a empresa, na visão deles. Por baixo dos panos ressuscitar a cultura da privatização.

O curioso nessa história é que o tal decreto que permite à PETROBRAS contratar obras sem licitações para facilitar e não atrasar seus projetos, é do tempo de FHC. Lá, tinha uma finalidade. Permitir a entrada mais rápida de dinheiro nos bolsos e caixas dos tucanos. Agora querem vincular a empresa ao governo atual, o tal decreto e jogar por terra um patrimônio do povo brasileiro que custou muita luta, sangue e se transformou numa das maiores empresas do mundo no setor.

Tucano não tem mãe. Por mais chocante que isso possa parecer é uma realidade. Foram criados em chocadeiras em Wall Street, em projetos financiados pelas fundações FORD e ROCKFELLER.

É por esses caminhos que José Serra pretende navegar. A canalhice do absoluto.

Num outro aspecto o dilema do cidadão brasileiro é simples. Ou compreende essa realidade. Vale dizer, sonha e transforma o sonho no seu dia a dia, ou abre mão de um País livre, soberano e justo com seus filhos entregando-o a figuras repulsivas como Serra, Jereissati, Aécio, esse tipo de gente montado e fabricado segundo interesses dos grandes bancos, empresários e latifundiários no Brasil e fora do Brasil.

A mídia, evidente, capitaneada pelo histerismo a chip de jornalistas venais como William Bonner, Miriam Leitão, etc, etc, a FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, vai montar as mentiras com a intenção de repeti-las à exaustão transformando-as em “verdades”, que nem os tais cinco dedos do FHC na campanha de 1994 que se revelaram na prática ágeis no colocar dinheiro público no bolso e vender o Brasil.

Tucanos são uma degeneração genética do udenismo pré-64. Trazem em si o moralismo hipócrita da alta burguesia de São Paulo e da Barra da Tijuca. Dois símbolos internacionais no Brasil, dois territórios conquistados, à guisa de exemplo.

José Serra é um FHC de segunda categoria. Com um agravante. Um sorria enquanto enfiava a faca pelas costas, o ex-presidente. Serra não. É frio, calculista, perverso, covarde, amoral. É do tipo que vai arrancando as perninhas da formiga até que ela não possa andar mais e depois pisa em cima, massacra.

É por aí que passa a CPI da PETROBRAS. Os integrantes da comissão, os deles, são meros paus mandados e Jereissati é o comandante dessa tropa de bandidos no Congresso. Ele e Arthur Virgílio.

O alvo primeiro é a PETROBRAS e o alvo intermediário é a presidência, o objetivo final é passar a escritura de venda do Brasil.

Por detrás de toda essa “indignação” fingida dos tucanos está esse jogo sórdido e sordidez em política é sinônimo de tucano.

No meio desse caminho, mais à frente, vai ter um Pedro Bial da vida chamando essa gente de “meus heróis”.

E nem falei do que o Brasil livre e soberano significa para toda a América Latina. O papel de Serra é destroçar essa perspectiva que vai se transformando em realidade em vários países como a Venezuela, o Equador, a Bolívia, o Paraguai, a Nicarágua, El Salvador, se mantém em Cuba e prospera por aqui, na Argentina, tem perspectivas no Chile e no Uruguai.

Estrago completo nos negócios das grandes máfias internacionais. É outra “tarefa” confiada a Serra e aos tucanos nesse processo todo. O desmanche geral e absoluto da integração latino-americana e da submissão, assim que nem o antigo México, hoje lixão dos EUA.

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