terça-feira, agosto 07, 2007

Jornalismo e barbárie

A folha de são paulo, assim como todos os jornalões brasileiros apoiram o golpe de estado de 1964. Foram cúmplices da prisão, tortura e assassinato de muitos brasileiros. Na década de 1970, a folha ainda emprestou os carros da empresa para o transporte de presos políticos. Dessa forma o jornal cresceu, à sombra da ditadura militar. No final dos anos 1970, a ditadura implantada por um movimento idêntico ao "cansei", intitulado "marcha pela família, por deus e pela liberdade" em 1964, dava sinais de cansaço. O movimento social se articulava e a luta pela redemocratização ganhava corpo. Foi aí que a folha deu o grande salto, contratou um jornalista talentoso e ético, chamado Claudio Abramo, que deu uma reviravolta na qualidade do jornal. De cara a folha abriu espaço para todos os intelectuais que tinham sido banidos do país, com a abertura de 1979. Foram criados amplos espaços de debates em que o contraditório era marca registrada. Foram nas páginas da folha que o "Movimento pelas Diretas Já" ganhou espaço para aparecer, enquanto a globo escondia a luta pela democracia. Ela também deu espaço para o debate da Teologia da Libertação. O Claudio Abramo foi rifado pelo dono do jornal, a pedido dos militares, mas o projeto seguiu curso, com a cobertura de todos os grandes movimentos da década de 1980. A folha também apoiou o collor em 1989, mas assim que esse assumiu o governo, fez uma devassa nas contas da empresa, o que não agradou muitos os frias, que passaram da bajulação para a oposição. Nos anos 1990, o jornal aderiu ao neoliberalismo, apoiando todas as iniciativas nesse sentido. Deu forte apoio ao fhc em 1994 e 1998. O jornal se tucanizou de vez, apesar de manter nas suas páginas textos do Aluysio Biondi, da Maria da Conceição Tavares, do Aloisio Mercadante, do Belluzzo e de outros que faziam críticas severas a política econômica dos tucanos. Com o poder total nas mãos do frias filho, a coisa degringolou e o jornal perdeu totalmente a sua posição do debate crítico e aberto. Num progama Roda Viva, o então diretor de redação foi entrevistado por um monte de jornalistas baba ovos, que mais puxaram o saco do patrão do que fizeram perguntas que pudessem desconcertá-lo. Ele tentou passar a imagem de um pensador, mas a impressão que ficou é daqueles garotos chatos que são o dono da bola, apesar de serem pernas de pau. Afinal, o cara é diretor de redação por direito hereditário e não talento. No jornal foi implantada a ditadura tucana. A partir dai foi proibido falar mal do psdb e qualquer político que dele faça parte. Os frias, assim como toda mídia conservadora (e golpista) brasileira são condescendentes com os tucanos. Irregularidades do psdb, fartamente documentadas como a Lista de Furnas, da No$$a Caixa, CDHU, Rodoanel, Daslu entre tantas outras, são tratadas de forma superficial. A folha conseguiu levar o serra à prefeitura (atacando de forma traiçoeira a Marta) e ao governo de São Paulo (sob forte proteção no caso do dossiê). Na prefeitura o tucano fez um governo genérico e pífio com forte apoio da mídia e no governo estadual ainda não implacou um projeto que traga inclusão para todos os cidadãos paulistas. Vários programas sociais implantados na cidade de São Paulo foram simplesmente abandonados. Para a folha não interessa, a classe média estando sendo atendida, perifeira não importa. O frias está trabalhando arduamente para fazer o serra presidente. Para tanto faz oposição sistemática e desleal ao governo LULA. A folha é a síntese da elite branca de São Paulo. Os outros não importam, o que eles querem é se sentirem acima de todos, mesmo que para isso a maior parte da população precise ser excluída socialmente. A elite paulista, assim como a folha de são paulo, representam a barbárie. O processo civilizatório ainda não chegou nessas plagas paulistas. Está em processo a luta entre a manutenção da barbárie, no projeto do psdb, encampado pela folha e impren$a no geral e o projeto civilizatório do PT e dos partidos progressistas. O "anciem regimen" se nega a abrir espaço para o novo. Mas a bastilha há de cair e o povo brasileiro poderá ter direito a uma vida melhor.
Obs: Esse texto foi escrito de memória, portanto deve haver alguns erros de datas e ou fatos

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