quarta-feira, agosto 22, 2007

Aqui é o meu país

Um projeto de nação

No Brasil estão em disputa dois projetos. Um com inclusão social, distribuição de renda e conhecimento, representado pelo PT e partidos progressistas. O outro é excludente, com concentração de renda e do conhecimento, representado pelo PSDB e ex-PFL. Em tudo há disputa pela hegemonia desses projetos. A mídia está do lado da elite branca que expoliou este país por 500 anos. Essa elite está incomodada por ver o povo brasileiro desfilando feliz nas ruas e ascendendo socialmente. Para ela o povo brasileiro não tem valor. Eles escravizaram esse povo por 350 anos e montaram o Estado brasileiro para servir aos seus interesses. Pela primeira vez na história o Estado brasileiro está atendendo aos anseios do seu povo. Programas como o Bolsa Família, Prouni, Pronaf, PAA, PAC, PDE, entre tantos garantem uma melhoria de vida da população. E qual a reação da sub-elite (sub porque são subordinaos aos interesses estrangeiros)? Montaram o movimento dos cansados. Os mesmos que não se cansam de sonegar impostos, não pagam em dia o INSS, não gostam de assinar carteira de trabalhadores, obrigam os trabalhadores a recorrer à Justiça do Trabalho, ocupam áreas públicas sem pagar nada por elas. Sim, são os mesmos que se locupletaram com os juros astronômicos da dívida interna do país, que compraram produtos contrabandeados da Daslu, que cometem crimes e através dos suberfúgios da lei, não vão presos. São eles que por poderem pagar escolas privadas, cursam as melhores faculdades gratuitas, são eles que escrevem nos jornais,aparecem na televisão, falam no rádio, sempre sob a ótica do seu mundinho egoista. Eles são os donos da folha de são paulo (que presta um desserviço ao Brasil), da Rede Globo (criada sob a égide da ditadura militar)do estadão (aquele que apóia todos os golpes de estado de direita pelo mundo afora). Eles apresentam o jornal nacional (com dna golpista), o jornal da cultura (com dinheiro público a serviço dos tucanos), a programação golpista da rádio cbn (aquela que martela notícia), o jornal do sbt, da globo, o tudo mais você, o domingão do faustão, o jornal da redetv, da band, da jovem pan. Eles cantam axé, são atores, apresentadores de programas, cantores, presidente da philips, presidente da oab-sp e possuem aptidões golpistas. O projeto de nação do Brasil não passa por essa gente cansada de democracia. A maioria do povo brasileiro está compreendendo que para melhorar de vida é necessário que o seu projeto seja implantado. Esse projeto construído ao longo do tempo pede por saúde, educação, transportes, moradia, acesso ao conhecimento, ao lazer, à segurança, ao meio ambiente sadio. O povo brasileiro está em movimento para a construção de um país justo e desenvolvido economicamente e socialmente. A nossa agenda está em curso. A cada dia uma nova batalha. A luta é constante. Um novo país é necessário. Um país de sua gente, que se orgulhe de ser brasileiro. Que compreenda que aqui é nosso lugar. O Brasil é um país rico, temos recursos naturais e humanos para sermos uma potência mundial. Depende de conseguirmos continuar com a nossa agenda. Esse país é nosso, não é dessa sub-elite vendida. enfim, estamos construindo um país para todos.

OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 632

. O Jornal Nacional, numa brevíssima reportagem, tratou de uma passeata e de um encontro do Presidente Lula com as mulheres do MST, em Brasília.

. O Presidente Lula disse que é Presidente de 190 milhões de habitantes.

. Mas, que ninguém tenha dúvida, que a preferência dele é pelos pobres.

. Quando o vídeo cortou para a Fátima Bernardes, ela reagiu com o olhar de espanto da elite branca.

O PROBLEMA DO TRÁFICO É O DENARC

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 629

. O Conversa Afiada teve acesso a brasileiros ligados ao esquema de defesa dos presos na Operação Farrapos.

. Operação Farrapos foi aquela em que a Polícia (Republicana) Federal prendeu um dos maiores narcotraficantes do mundo, o colombiano Ramirez Abadía, em São Paulo.

. Como se sabe, Abadía viveu no bem-bom num condomínio de luxo na Grande São Paulo por dois anos.

. Como já foi divulgado, Abadía deu uma modesta contribuição aos policiais da Delegacia de Combate ao Tráfico de São Paulo, o Denarc, no valor de US$ 800 mil.

. Pessoas que tiveram contato com o grupo de Abadía contaram ao Conversa Afiada que num dos depoimentos informais, Abadía, que canta mais do que sabiá, revelou que no processo de lavagem de dinheiro na compra de uma casa em Angra dos Reis, vai aparecer, mais cedo ou mais tarde, o nome de um deputado federal que tem destaque numa CPI.

. Essas mesmas pessoas revelaram ao Conversa Afiada que, numa operação no interior de São Paulo, policiais do Denarc ficaram com medo de que a Polícia (Republicana) Federal quisesse botá-los em cana.

. E houve uma fuga em massa de policiais do Denarc para hotéis da Grande São Paulo.

. Se o presidente eleito José Serra quiser moralizar a polícia de São Paulo, uma boa pista é ver que policiais do Denarc recentemente preferiram pernoitar em hotéis e não em suas casas...

. Segundo esta fonte do Conversa Afiada, “para acabar com o tráfico em São Paulo, basta fechar o Denarc”.

Assim agem os tucanos com o beneplácito da mídia

ATENÇÃO A carga tributária no país Recentemente o Brasil reviu os números do PIB

A carga tributária no país Recentemente o Brasil reviu os números do PIB

Ao contrário de qualquer traquinagem, o cálculo mirou critérios internacionalmente aceitos

Como muitos dados da economia são "relativizados" face ao PIB, como carga tributária, divida pública, divida externa etc, AUTOMATICAMENTE, estes dados passam a sofrer retificações, mesmo em estatísticas já divulgadas e oficiais .
Ao contrário de má fé ou FORÇAÇÃO de raciocínios e teses, a demora, ou a divulgação de dados conflitantes, ocorre por causa da multiplicidade das fontes, pois muitas não caminham tão rápido quanto gostaríamos, ou também, pela amplitude dos dados levar certo tempo para ser avaliada, refeita, digerida, coletada e divulgada
PRA nivelarmos nossos conhecimentosSOBRE A CARGA tributária em PERCENTUAL do PIB, temos que:
1994 24,64%
1995 24,95
1996 23,34
1997 23,52
1998 25,38
1999 27,36
2000 28,89
2001 29,70
2002 31,86
2003 31,43
2004 32,22
2005 33,38
2006 34,23
Como podemos perceber, em grandes números, FHC, tucanos e o DEMO pegaram o país com uma carga equivalente a 25% do PIB
Após forçarem no cambio fixo, no juros interno, nas dividas públicas, nos esqueletos, nas CC5, pastas rosas, nos escândalos, na reeleição, na desvalorização, nos MARKAS, APÓS TROCAREM LUCRO das Estatais, como a CVRD, por impostos, o DEMO e FHC deixaram a carga tributária em 32% do PIB (trinta e dois por cento), incluído aí a CPMF
Hoje, com LULA, mesmo depois de vermos desonerados setores inteiros como a construção civil, máquinas e equipamentos, alimentos e remédios, correção da tabela do IR, IR sobre renda fixa e variável etc, vemos que a carga em 2006 (fato desconhecido até semana passada) bateu em 34%.
Para um país que aumentou seus gastos com o social, diminuiu a divida publica de 60% para menos de 50%, pagou o FMI e acumulou reservas, inclusive tendo que administrar do CAOS deixado, eu diria que o serviço não foi dos piores.
Triste mesmo, é vermos de alguns que arrumaram desta nossa divida, como Gustavo Franco e Malan, ainda posarem de conselheiros do mercado, quando em verdade, aos meus valores, deveriam estar ajudando a pagar desta esbórnia com suas próprias liberdades.

sexta-feira, agosto 17, 2007

CRÉDITO IMOBILIÁRIO: CRISE DOS EUA PODE SER BENÉFICA PARA O BRASIL

O total contratado pela Caixa Econômica Federal para financiamento imobiliário no Brasil no primeiro semestre de 2007 foi de R$ 8 bilhões, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período de 2006.

A estimativa é que o total de financiamento imobiliário da Caixa atinja R$ 3,5 bilhões até o final deste ano.

O professor do Instituto de Economia da Unicamp e ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso – que montou a estrutura para que o financiamento imobiliário da Caixa tivesse o impulso que tem hoje – disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta sexta-feira, dia 17, que a crise no setor de financiamento imobiliário dos Estados Unidos pode até beneficiar o Brasil (clique aqui para ouvir o áudio).

“Eu acho que (a crise) pode até ter um efeito positivo no Brasil... Em primeiro lugar porque vai levantar a suspeição de que crédito mal feito e com natureza de risco muito elevado gera problema no futuro”, disse Mattoso.

Mattoso acredita que, por causa da crise nos EUA, os fundos de investimentos norte-americanos podem dirigir os seus recursos para o Brasil. Segundo ele, o grau de investimento que o Brasil deve alcançar, no máximo até meados de 2008, vai gerar um crescimento ainda maior da oferta de crédito.

Leia a íntegra da entrevista com Jorge Mattoso:

Paulo Henrique Amorim – O total contratado pela Caixa Econômica Federal para financiamento imobiliário no Brasil cresceu 7% em 2007, em relação a 2006. Estamos falando do primeiro semestre do ano. No primeiro semestre foram desembolsados R$ 8 bilhões. A estimativa é de que neste ano de 2007 haja financiamentos na ordem de R$ 3,5 bilhões, um crescimento 17,5%. Há algum ocorre nos Estados Unidos uma crise profunda no setor de financiamento imobiliário, que se reflete e se refletiu na Bolsa de Valores. Um resultado de um aperto do de uma maneira generalizada. E para ver se isso tem impacto no sistema de financiamento imobiliário no Brasil, o que isso deve provocar aqui no Brasil e quais são as perspectivas aqui no Brasil, eu vou conversar com Jorge Mattoso, que foi presidente da Caixa Econômica Federal e que na verdade montou a estrutura para que o financiamento imobiliário da Caixa tivesse o impulso que tem no momento. Mattoso, tudo bem?

Jorge Mattoso – Tudo.

Paulo Henrique Amorim – É um prazer falar com você.

Jorge Mattoso – Prazer é meu.

Paulo Henrique Amorim – Mattoso, você está preocupado com essa crise internacional e com esse problema no mercado imobiliário americano? isso pode se refletir no Brasil ou não?

Jorge Mattoso – Olha, refletir no Brasil eu acho que (a crise) vai refletir, sem dúvida. Agora, numa forma e numa intensidade muito menor do que foi no passado, em outras crises deste tipo. Em primeiro lugar, a relação econômica entre o Brasil e os Estados Unidos hoje é de outra natureza. Aliás, as importações americanas tiveram uma participação da ordem de 25%. Hoje está em 14%. Então, qualquer reflexo da economia norte-americana sobre a economia brasileira, que vai ocorrer, é de natureza bem distinta e de quantidade bem inferior. É de natureza distinta porque nós não temos mais aquele incômodo do dólar fixo. O país não está quebrado, pelo contrário. O país está numa situação bastante positiva, aguardando inclusive o grau de investimento e, portanto, o efeito que é difícil ainda de avaliar vai ocorrer, mas ele vai ocorrer muito menor e vai ocorrer muito pouco sobre o crédito imobiliário no país.

Paulo Henrique Amorim – Entendi. Muitas empresas, incorporadoras, se beneficiaram dos IPOs, do lançamento de ações na Bolsa, e com isso se capitalizaram, compraram terrenos. E você teme que essa confusão lá nos Estados Unidos se reflita aqui?

Jorge Mattoso – Não. Eu acho que pode até ter um efeito positivo. Veja bem: o Brasil está numa fase completamente diferente da fase americana. Nós não passamos por bolha, nós não temos subprime, aliás, os bancos estão preocupados com o prime, conseguir financiar pra uma faixa de renda que não coloque em risco esses créditos. Portanto, a situação é bem diferente. Ao mesmo tempo que é uma situação muito positiva (a que vivemos) a partir de 2003, com a criação do Ministério das Cidades, com a construção de uma política nacional de habitação, com a ênfase que foi dada na habitação de interesse social, com as mudanças na legislação, com patrimônio de afetação, com valor incontroverso, com as letras de crédito imobiliário, com a desoneração tributária que foi realizada, com a redução da taxa básica de juros, com a ampliação dos recursos do Fundo de Garantia. Tudo isso tem levado a uma disponibilidade de recursos até, eu diria, jamais vista, pelo menos nos últimos 20, 30 anos, desde a crise do BNH (Banco Nacional de Habitação), no início dos anos 80, nunca houve tantos recursos disponíveis para o crédito. Nós estamos falando aí da ordem de R$ 15 bilhões só de recursos da poupança, recursos que são contabilizados pela Abecip, não é? E outros tantos bem mais do que isso também com recursos do Fundo de Garantia e da Caixa. O que permite a gente dizer que nós estamos caminhando num horizonte extremamente positivo e de que maneira que eu digo que a crise pode ser favorável?

Paulo Henrique Amorim – Eu gostaria de entender.

Jorge Mattoso – Em primeiro (lugar), porque vai levantar a suspeição de que créditos mal feitos e de risco muito elevado geram problemas no futuro. Isso não está colocado no Brasil hoje. Por outro lado, você tem os fundos de investimentos norte-americanos, fundos imobiliários, mesmo os fundos de pensão, que investem muito em negócios imobiliários, que poderão dirigir os seus recursos para o Brasil. E dirigir na estrutura ainda os seus recursos para o Brasil. E com o grau de investimento – e todo mundo sabe que deve ocorrer, é questão de meses, e deve ocorrer, na pior das hipóteses, até meados do ano que vem – isso aí vai gerar um crescimento ainda maior da oferta de crédito. E se você colocar em paralelo que a economia vem crescendo, (a economia) pode sofrer, volto a insistir, alguma coisa referente à crise norte-americana, mas ela vem demonstrando, vem num ritmo crescente, você tem uma expectativa ainda muito grande, um potencial de crescimento muito grande para a habitação. O Brasil ficou parado, gerou ao longo de vinte anos de paralisia um déficit habitacional de sete milhões de unidades. Mas as taxas de crescimento do setor que estão crescendo muito ainda são baixas, se comparado a outros países. O crédito habitacional, como eu falei há pouco, cresceu extraordinariamente nos últimos anos, mas ainda podem ampliar, e muito, a sua participação no crédito e no PIB. E o crédito bancário também pode crescer, apesar de ter atingido um percentual mais elevado dos últimos oito anos, cerca de 33% do PIB, ele ainda tem espaço para crescer. E o emprego também tem espaço para crescer. Então você tem aí um horizonte de crescimento que não se compra com uma situação de dezenas de anos de crescimento imobiliário dos Estados Unidos com tudo aquilo que traz uma bolha de expansão e de atividade como, por exemplo, créditos pouco ou não satisfatórios que podem levar ao risco, como é o caso do subprime. E no Brasil não tem, nós ainda não temos a securitização dos créditos em volumes significativos. No ano passado foram um pouco mais de um bilhão de créditos securitizados. (A securitização) tem um espaço enorme para crescer, mas para isso vai precisar diminuir um pouco mais a taxa de juros, que ainda é elevada no Brasil, apesar da sua retração nos últimos meses, um ano, e a tendência do mercado imobiliário continua sendo muito positiva. Ela pode, eventualmente, até recolher algumas vantagens...

Paulo Henrique Amorim – Dessa confusão toda.

Jorge Mattoso – Dessa confusão e dessa crise que afeta de sobremaneira a economia americana, embora ainda de difícil diagnóstico quanto à intensidade, não é?

Paulo Henrique Amorim – Está bom!

Jorge Mattoso – Olha, e qualquer coisa fica à vontade.

Paulo Henrique Amorim – Está bom, eu te agradeço muito. Você é um especialista desta área, foi um grande prazer falar com você.

Jorge Mattoso – Um abraço grande.

Paulo Henrique Amorim – Muito obrigado, tchau.

Ociosidade atinge 70% dos principais aeroportos do País

Saguões vazios, pistas para pousos e decolagens às moscas na maior parte do dia, enquanto o seguranças dormem tranqüilamente sem nenhum ruído de avião por perto. Apesar de as imagens divulgadas há dez meses, desde o início do caos aéreo, serem de superlotação e confusão nos check-ins, a realidade de grandes e pequenos aeroportos brasileiros é de calmaria. Ou de mau aproveitamento.

Segundo dados oficiais da Empresa Brasileira do Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), 70% dos seus 67 aeroportos, os maiores do País, têm horários ociosos na maior parte do dia e dois terços deles ainda dão prejuízo à estatal. Mais de 90% de todo o tráfego aéreo brasileiro se concentra em apenas 20 desses aeroportos. "Eu diria que a capacidade de utilização plena, de aproveitamento global do sistema, é de 30%. Evidentemente há pontos de estrangulamento, Vitória, Goiânia, o caso de Congonhas, mas são casos pontuais", afirma Valseni Braga, superintendente de Gestão Operacional da Infraero.

Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Brasil tem hoje 2.498 aeroportos e aeródromos (locais sem terminais de passageiros), sendo 739 públicos e 1.759 particulares. Comparando com os registros da Organização Internacional da Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês), isso significa o segundo maior número de aeroportos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 16.507 locais para pouso e decolagem de aeronaves. No entanto, levando-se em conta um índice mundial que compara o número de passageiros transportados com a quantidade de quilômetros rodados pelas aeronaves, o País aparece em 16º lugar no ranking mundial. Fica atrás de países como Japão, China, Holanda, Austrália e Rússia, que, apesar de terem menos aeroportos, os utilizam de maneira muito mais eficaz e distribuída.

Especialistas e a própria Infraero afirmam que a falta de políticas de incentivo à ocupação, de planejamento da malha de vôos e de cumprimento de planos aeroviários, estes dois últimos itens de responsabilidade da Anac, são explicações para o subaproveitamento. A agência promete apresentar uma nova malha aérea em 60 dias, em atendimento a uma determinação do Conselho Nacional de Aviação (Conac).

Na semana passada, em reunião no Conselho Político do governo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ter ficado "impressionado" ao descobrir espaços ociosos nos aeroportos do Galeão, Confins e Viracopos, por exemplo. "Enquanto isso, Congonhas está sobrecarregado", constatou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Remédio em dose cavalar

Leiam e comemorem!


A preocupação em culpar o Governo Federal, em já dar a partida na sucessão de Lula defendendo implicitamente a candidatura José Serra acabou ruindo por terra. Foram tantos os equívocos dos delírios robóticos de William Bonner que a GLOBO preferiu poupá-lo. Afinal, aproveitaram a desgraça de familiares para fazer campanha eleitoral.


- por Laerte Braga, jornalista

A decisão de afastar temporariamente, por uns dias, o jornalista William Bonner do JORNAL NACIONAL, falo da apresentação, se deveu aos resultados de uma pesquisa onde a GLOBO percebeu que a imagem do robô saiu chamuscada quando das transmissões diretas da queda do avião da TAM com mais de 200 mortos.

A preocupação em culpar o Governo Federal, em já dar a partida na sucessão de Lula defendendo implicitamente a candidatura José Serra erra, acabou ruindo por terra (com rima). Foram tantos os equívocos dos delírios robóticos de William Bonner que a GLOBO preferiu poupá-lo. Afinal, aproveitaram a desgraça de familiares para fazer campanha eleitoral.

Lembra o computador Hal, de "2001, uma Odisséia no Espaço". Quando desconectado revelou a infantilidade da máquina. Bonner é máquina. É o protótipo do "ser mercadoria".

Bonner e sua "indignação" com a falta de ranhuras na pista acabaram desmentidos com a constatação de que a culpa é da empresa (anunciante da GLOBO). Não faz manutenção adequada, o aparelho já apresentava defeitos, o reverso não estava funcionando, havia labareda na turbina esquerda, enfim, nem Governo e nem pilotos foram culpados como pretendeu fazer crer o JORNAL NACIONAL.

Imagem arranhada é só tirar o chip, guardar na caixa de forma adequada, sob refrigeração (lógico), esperar uns tempos e aguardar a próxima edição padrão LUTA DEMOCRÁTICA das elites brasileiras (GLOBO, FOLHA E VEJA. ESTADÃO ainda acredita que d. Pedro II governa o País, é outra história).

Foram várias as furadas do robô desde a conversa fiada do dossiê que, na verdade, tinha muito mais tucanos envolvidos que petistas. O tom aumentou num dado momento e havia visíveis sinais de robô histérico diante da perspectiva de protagonizar um golpe midiático.

João Dória Júnior foi outra aposta furada da GLOBO e da FOLHA, na esteira do governo da FIESP. O país dos barões paulistas acabou naufragando. Só conseguiu aquecer o mercado de liteiras, de sambistas brancas em meio a sambistas negros como mostra de miscigenação e uma grande festa no castelo de CARAS. Nada além disso. Cansou antes do tempo.

E foi blefe de Bonner que, além de apresentador é o editor do JORNAL NACIONAL. Dessa vez a turma cá de baixo, os que ele chama de Hommer Simpson, entendeu que o robô (pelo visto penúltima geração, necessitando back-up ou recall) exagerou na dose, extrapolou, tratou dor de cabeça de ressaca cívica/fiespana/dondocas enfadadas com antibiótico de última geração e acabou promovendo um samba do crioulo doido às avessas. Os caras lá de cima endoidaram e confundiram FIESP com o Olimpo. João Dória pensou que era Zeus. Ou pensa, sei lá.

Esse é outro problema, ele e Bonner disputam o direito de quem atira os raios, quem faz soar (ribombar é melhor) os trovões e quem engana quem com Vênus. A moça em questão não gostou dos modelos DASLU apresentados em notas fiscais frias e sonegações múltiplas.

O tratamento a que está sendo submetido não inclui choques. Esse tipo de terapia já foi abolido até na robótica.

Críticos do Bolsa Família aceitam bolsa no exterior, diz Lula

Sábias palavras:"Tem gente que critica o Bolsa Família como assistencialista porque estamos dando o direito de os mais pobres comerem. Essas mesmas pessoas não criticam as bolsas de 2 mil dolares que damos para os doutores no exterior. Temos que cuidar da sociedade como um todo, mas cuidar dos mais pobres em primeiro lugar", afirmou o Presidente em discurso em Minas Gerais.



O Presidente Lula inaugurou ontem, em Congonhas do Campo (MG), mais uma unidade de ensino técnico, e disse que mais inaugurações virão. Segundo ele, até o fim do segundo mandato, terão sido inauguradas 214 escolas de nível técnico no país. Mais do que as 140 criadas no país em 97 anos, entre 1906 e 2002.

O Presidente falou sobre as pessoas que criticam o Bolsa Família e não questionam a bolsa de US$ 2 mil que o governo federal banca para "doutor estudar no exterior". Lula disse que não aceitará o preconceito e continuará gastando com os mais necessitados, garantindo que os pobres tenham escolas tão boas quanto às dos ricos.

Dirigindo-se aos jovens entre 15 e 20 anos, Lula advertiu que é preciso levar a sério os estudos para garantir uma profissão. "A preguiça de hoje será a desgraça de amanhã." Para as moças, o Presidente deu conselho: "Mulher não pode casar e ficar dependendo do salário do marido." É preciso ter o próprio trabalho para não aguentar desaforo e se relacionar em igualdade de condições. A Uned de Congonhas oferecerá 1,1 mil vagas para os cursos de mecânica industrial, produção industrial e edificações.

À tarde, o presidente esteve em Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio, onde se viu um protesto de um pequeno grupo de manifestantes. Dez pessoas, entre professores e estudantes da unidade do Cefet de Campos, reclamavam da falta de condições de trabalhar e estudar na unidade, cuja ampliação foi inaugurada pelo presidente. Com narizes de palhaço eles vaiaram o governador Sérgio Cabral e foram ironizados por Lula: "Sérgio, deixa eu te dizer uma coisa: nunca mais fique nervoso com o pessoal que protesta, porque esse pessoal é tão jovem e desprovido de consciência política que vem protestar usando nariz de palhaço. Daqui a pouco, vai ter um movimento dos palhaços contra esse gente".

O governador fluminense, antes de começar o discurso, deu uma bronca nos manifestantes. Ele pediu ao público que vaiasse os manifestantes: "São meninos pequenos-burgueses, exercendo o mau humor e reclamando de barriga cheia.O presidente brincou com Cabral e pediu que ele não se importasse com o grupo, "que é tão jovem e desprovido de consciência política, que usa nariz de palhaço, que é uma coisa alegre".

Pobreza cai e Brasil tem nova classe média

Pobreza cai e Brasil tem nova classe média

Essa notícia você nunca vai ler na imprensa brasileira, a não ser, quando os jornalistas copiam parte da nota da imprensa estrangeira. O artigo da Revista "The Economist" - pode ser lido em Inglês aqui e traduzido aqui -é longo, mas vale a pena ser lido para que se conheça o trabalho que o Presidente Lula vem realizando para o povo brasileiro.

"O Brasil tem uma nova classe média, surgida quase da noite para o dia, segundo uma reportagem publicada na edição desta semana da revista britânica The Economist . Essa fatia da população tem se beneficiado da estabilidade e do crescimento econômico no país e também em boa parte da América Latina.

"Tendo deixado a pobreza para trás, a sua incipiente prosperidade está conduzindo o rápido crescimento de um mercado de consumo de massa numa região há muito tempo notória pelo duro contraste entre uma reduzida elite privilegiada e uma maioria pobre, diz a revista.

Segundo a reportagem, entre 2000 e 2005, o número de famílias com renda anual entre R$ 12 mil e R$ 45 mil cresceu em 50% no Brasil.Outra evidência da chamada "nova classe média" citada pela revista é o nível recorde da venda de carros novos, computadores e eletrônicos no país. Além disso, de acordo com a "Economist", "os sinais de progresso estão em toda parte. Novos prédios de apartamentos, do tipo comum nas partes mais chiques de São Paulo, agora sobressaem.

Nota do blog: Isso explica a elevada popularidade do Presidente Lula, mostra que no governo Lula houve uma sensível melhora no padrão de vida da população mais pobre, como resultado do crescimento econômico (pouco mais de 12% nos últimos 3 anos), da redução da taxa de desemprego, do crescimento expressivo do número de empregos formais, do aumento do poder de compra do salário mínimo (reajuste de 90%, entre 2003-2007,da redução da inflação anual de 12,5% (em 2002) para 3,1% (em 2006), da redução dos juros básicos (de 25%, em 2002, para 11,5%, hoje) e da expansão do crédito na economia (com o crédito consignado, o micro-crédito, as contas correntes para quem trabalha na informalidade e tem renda reduzida), e de um conjunto de políticas sociais que beneficiaram aos mais pobres (Bolsa-Família, Brasil Sorridente, ProUni, Luz Para Todos, etc... Será que é disso que a elite cansou? Cansaram de ver o pobre tendo vida digna?


no blog
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com

quinta-feira, agosto 16, 2007

FRASES

"Mais do que qualquer outro período histórico, na globalização a informação tornou-se mercadoria - e nenhuma mercadoria é inocente". Otavio Ianni

"Os jornais são aparelhos ideológicos cuja função é transformar uma verdade de classe num senso comum, assimilado pelas demais classes como verdade coletiva - isto é, exerce o papel cultural de propagador de idelogia. Ela embute uma ética, mas também a ética não é inocente: ela é uma ética de classe". Antonio Gramsci


citados por Maria Inês Nassif, no Valor Econômico

CVM QUER LEVAR MÍDIA PARA O PRIMEIRO MUNDO

A superintendente de desenvolvimento de mercado da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Aline Santos, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quinta-feira, dia 16, que a proposta da CVM de regular a atividade de analista de mercado segue os modelos dos Estados Unidos e da União Européia (clique aqui para ouvir o áudio).

"Esta não é uma preocupação que nos surgiu do nada... neste momento, o mundo inteiro, várias jurisdições de mercados de capitais representativos, estão discutindo essa questão e estão tratando desse tema", disse Aline Santos.

Segundo Aline Santos, nos Estados Unidos também "se exige o registro de qualquer profissional, seja jornalista, médico, advogado ou engenheiro, que faça análise de valores mobiliários". Esses profissionais têm que ter um registro na NASD (National Association of Securities Dealers), que, segundo Aline Santos, é uma entidade auto-reguladora muito reconhecida nos Estados Unidos.

Na União Européia o tratamento é parecido. "Sempre partindo do princípio que a auto-regulação é muito mais efetiva nessa questão de tentar contornar os problemas que possam existir", disse Aline Santos.

Aline Santos disse que a proposta é que "existam normas que determinem que os fatos sejam distinguidos das interpretações e que a fonte das informações utilizadas sejam fidedignas".

Aline Santos é advogada, tem 32 anos, trabalha na CVM há três anos. Ela disse que não é a favor da censura da imprensa.

Clique aqui para ler o edital da audiência pública e o projeto de alteração da Instruição 388 da CVM

Leia a íntegra da entrevista com Aline Santos:

Paulo Henrique Amorim – A Comissão de Valores Mobiliários colocou no ar uma consulta pública para atualizar a Instrução 388 que regula a atividade de analista de mercado e aproveitou para tratar da atividade do jornalista que cobre o mercado financeiro. No press-release que a própria CVM divulgou, no capítulo que trata de jornalistas que trabalham no mercado financeiro, o texto do press-release é o seguinte: “...a minuta também propõe dar tratamento explícito à situação de jornalistas da mídia especializada que, no exercício de suas atividades, formulem comentários sobre investimentos em valores mobiliários, criando um "safe harbor" para tais profissionais. A minuta pretende estabelecer um ponto de equilíbrio entre os benefícios inegáveis que podem ser produzidos com a atuação profissional de jornalistas especializados em mercado de capitais, que se constitui em uma ferramenta de esclarecimento e democratização de informações e (três pontinhos) e a grande capacidade de influência e condicionamento que podem exercer sobre o mercado de capitais.”
Para aprofundar um pouco essa proposta eu vou conversar com Aline Santos que é superintendente de desenvolvimento de mercado da CVM. Dona Aline, a senhora vai bem?

Aline Santos – Está tudo bem, está tudo ótimo, à disposição para esclarecer as dúvidas.

Paulo Henrique Amorim – Muito bem, o que que a senhora e a CVM pretendem fazer com relação a estes jornalistas da mídia especializada que no exercício de suas atividades acabam criando um "safe harbor" para si próprio?

Aline Santos – Eu acho que o texto que está no press-release, na minha opinião, está bem claro em relação aos objetivos que a gente tem com aquela proposta. O objetivo foi justamente tentar um ponto de equilíbrio entre uma atividade que é lícita, permitida, e um exercício ilegal de uma atividade que está sujeita a registro na CVM que é a atividade de analista de valores mobiliários. Ao tentar estabelecer esse ponto de equilíbrio acho que o nosso ponto principal, a premissa da qual nós partimos, foi a premissa de que a auto-regulação, a regulação proposta pelos órgãos de classe de jornalistas, propostas pelos veículos e comunicação a qual os jornalistas estão vinculados é muito mais efetiva do que nós da CVM, muito mais próxima da realidade do jornalista ele conhece melhor as pressões e os standards da profissão e, por tanto, pode tutelar essa situação melhor do que nós. Daí a proposta da CVM de dispensar de registro junto à CVM os analistas que tenham, cujos veículos de informação tenham normas de conduta que atendam um conteúdo mínimo que nós estamos lá explicitando na proposta de alteração. Eu acho que justamente esse conteúdo mínimo é o ponto onde a gente espera mais receber contribuição, não só dos órgãos de classe, mas também dos veículos de comunicação e dos jornalistas, porque estamos abertos a ser convencidos de que este conteúdo mínimo é exagerado ou está adequado, ou ainda, convencidos de que as normas já vigentes nesses veículos de comunicação contemplam as nossas preocupações.

Paulo Henrique Amorim – Agora, a senhora podia nos dar uma idéia de quais são esses elementos do conteúdo mínimo?

Aline Santos – Sim, o que a norma hoje diz, essa proposta hoje diz... Eu estou aqui falando com o senhor e ao mesmo tempo abrindo, peço só um minuto para poder entrar...

Paulo Henrique Amorim – Eu também estou tentando abrir. Eu acessei no site da CVM...

Aline Santos - Só um minuto... É então, estou aqui nesse conteúdo mínimo. Então essas normas de conduta profissional o que a gente propõe, de novo insisto que para debate, o que seja o conteúdo mínimo que existam normas que determinem que os fatos sejam distinguidos das interpretações, estimativas ou opiniões, que as fontes das informações utilizadas sejam fidedignas e, caso exista alguma dúvida de fidedignidade, ela fique claramente indicada.

Paulo Henrique Amorim – Ou seja, essas informações chamadas informações em “off”, não é?

Aline Santos – A nossa idéia não é que essa informação que é em “off” deixe de ser em “off”, é só que a norma de conduta profissional trate a respeito da fonte dessa informação. Eu confesso ao senhor que não estou familiarizada com as regras que regem a atividade, as regras de conduta profissionais de atividade jornalística...

Paulo Henrique Amorim – Tenha a certeza de que elas não existem.

Aline Santos – Mas, acho que no mundo inteiro, acho que isso é um ponto que precisa ficar claro também, que esta não é uma preocupação que nos surgiu do nada, uma preocupação de alguém que não está talvez tratando ou tentando discutir um problema que eventualmente tivesse dissociado da realidade, não é disso que se trata. Todo mundo hoje, neste momento, o mundo inteiro, várias jurisdições cujos mercados de capitais são representativos estão discutindo essa questão e estão tratando desse tema e a forma como...

Paulo Henrique Amorim – Como é em Wall Street, dona Aline?

Aline Santos – Nos Estados Unidos também se exige o registro, obviamente, a certificação de qualquer profissional, não interessa que seja jornalista, advogado, engenheiro que faça indevidamente análise de valores mobiliários, eles também tem um registro para a análise de valores mobiliários lá.

Paulo Henrique Amorim – Que ótimo! Tem que ter um registro da SEC?

Aline Santos – O que a SEC faz é exigir uma certificação, na verdade, não é bem um registro, é uma certificação e delegar grande parte do seu poder de registrar para uma entidade auto-reguladora específica que tem sido, no caso dos Estados Unidos, a NASD, é uma entidade que...

Paulo Henrique Amorim – É NASD de?

Aline Santos - National Association of Securities Dealers, é uma entidade auto-reguladora muito respeitada, muito reconhecida nos Estados Unidos e que registra esses profissionais. A exigência da SEC, a regra da SEC é toda voltada a que esses profissionais atendam às normas da NASD, e como eu acabei de dizer, a NASD exige o registro e exige também que esses profissionais sejam certificados, existe uma indústria ampla de certificações nos Estados Unidos a partir daí. Na União Européia o tratamento é mais ou menos o mesmo, sempre partindo do princípio de que a auto-regulação é muito mais efetiva nessa questão e tentar contornar os problemas que podem existir do que a regulação...

Paulo Henrique Amorim – Entendi. Entendi perfeitamente. Dona Aline, uma pergunta, a senhora é a favor da censura à imprensa?

Aline Santos – Não, de jeito nenhum. Eu cresci numa geração que viveu sob a censura.

Paulo Henrique Amorim – Posso saber sua idade?

Aline Santos – Trinta e dois.

Paulo Henrique Amorim – Qual é a sua formação profissional?

Aline Santos – Eu sou advogada.

Paulo Henrique Amorim – A senhora chegou na CVM agora ou está há muito tempo na CVM?

Aline Santos – Não, eu cheguei há três anos e pouco, não é tanto tempo, mas também não é muito tempo.

Paulo Henrique Amorim – Ok, então está ótimo. Dona Aline, foi um grande prazer falar com a senhora.

Aline Santos – O prazer foi meu, muito obrigada.

Paulo Henrique Amorim – Prepare-se porque vem chumbo contra a senhora.

Aline Santos – A gente tem que começar a discutir. O importante é que a mensagem seja passada e que a gente precisa partir de algum ponto, o nosso ponto é para ser debatido publicamente e acho que é do interesse de todos que a gente tenha um mercado de capitais melhorando cada vez mais, empresas cada vez melhores e todo mundo está querendo subir de nível e essa discussão era inevitável em algum momento. Obrigada.

Paulo Henrique Amorim – Muito obrigado, Dona Aline.

Aline Santos – Boa tarde.

Paulo Henrique Amorim – Tchau.

Aline Santos – Tchau.

A bomba e o banheiro

José Luís Fiori A bomba e o banheiro


A maioria dos analistas econômicos internacionais acredita que a explosão da "bolha imobiliária", nos EUA, não se transformará numa crise sistêmica. Mas existe uma outra maneira de olhar para estes acontecimentos, quando se sabe que por trás de todo título ou hipoteca, existe uma dívida e uma moeda, e que a as moedas não são apenas um meio de pagamento ou de troca do mercado. A análise é de José Luís Fiori.


"Tudo quanto vemos esconde alguma coisa” - René Magritte


Segundo a maioria dos analistas econômicos internacionais, a explosão da “bolha imobiliária” americana não se transformará numa crise sistêmica. Será limitada, e atingirá apenas a credibilidade dos títulos e dos fundos de segunda linha, inchados pelo excesso de crédito, e pela exuberância especulativa dos investidores imobiliários americanos. Além disto, os Bancos Centrais da Europa, Estados Unidos, Japão e Canadá reagiram de forma rápida e coordenada, e fizeram intervenções superiores às do 12 de setembro de 2001. E o que é mais importante, a explosão da bolha já era esperada faz muito tempo, e aconteceu num momento extraordinário da economia mundial, com uma previsão de crescimento do seu PIB, de mais de 5%, e do seu comércio, de cerca de 10%, ainda em 2007.


Até o momento, não existem grandes bancos na linha de tiro, e quase todos as economias emergentes parecem a salvo, resguardadas por suas reservas acumuladas no período recente de crescimento global. Por fim, o Banco Central da China, e o próprio Banco da Inglaterra, não participaram da operação conjunta de injeção de recursos nos mercados ressecados, caracterizando uma situação de estresse concentrado no eixo Euro-Dólar, onde chama atenção o papel decisivo que vem sendo cumprido pela Alemanha, como emprestador em última instância. Assim mesmo, do ponto de vista estritamente financeiro e bursátil, segundo estes analistas, a nova crise se restringiriria à uma turbulência passageira, de ajuste de mercados que perderam o sentido do risco.


Mas existe uma outra maneira de olhar para estes mesmos acontecimentos, quando se sabe que por trás de todo título ou hipoteca, existe uma dívida e uma moeda, e que a as moedas não são apenas um meio de pagamento ou de troca do mercado. E menos ainda, no caso das moedas de referencia dos Sistemas Monetários Internacionais, como a Libra, o Dólar, ou o Euro. Na verdade, as moedas nacionais são uma criação, e uma imposição soberana do poder dos estados modernos. E as moedas internacionais, seguem sendo moedas nacionais, que lograram se impor fora das suas fronteiras junto com o poder dos seus estados e dos seus capitais privados. Neste sentido, todos as moedas internacionais vitoriosas, ademais do seu papel básico, cumprem a função de “fronteira” do território político-econômico supranacional dos seus estados.


Como conseqüência, se pode falar da existência de uma hierarquia de moedas que corresponde mais ou menos à hierarquia de poder dos seus estados emissores e dos seus capitais de investimento. E também se pode dizer que as moedas são um instrumento de poder na luta entre as nações, pela supremacia mundial. Por isto, seu grau de aceitação externa, é sempre um bom índice do poder internacional acumulado pelo seu estado emissor. E por isso também, os sistemas monetários internacionais, podem ser lidos como um retrato bastante fiel da correlação de forças existente, num determinado momento, entre as grandes potências. Foi assim, no caso do “padrão ouro-libra”, e no caso do “sistema dólar-ouro” de Bretton Woods. E segue sendo assim, no sistema monetário internacional “dólar-flexível”, que se consolidou depois do fim da Guerra Fria, com base apenas, na “credibilidade” do poder americano.


Deste ponto de vista, a crise financeira dos últimos dias pode ter uma dimensão menos visível à primeira vista, e menos relevante para os especuladores, mas de efeitos mais prolongados. Senão vejamos: durante a década de 90, no auge da globalização financeira, o dólar se transformou numa moeda internacional quase global ou imperial. Mas desde 2003, o poder americano vive um verdadeiro pesadelo, depois do seu fracasso no Oriente Médio. De uma só vez, os Estados Unidos ficaram sem um projeto estratégico para o Oriente Médio, e sem capacidade de impor sua vontade –unilateralmente - em outros pontos conflitivos, do cenário internacional. O mundo convive hoje sem a liderança dos Estados Unidos, e já absorveu a idéia de mais um ano de imobilismo do governo Bush.


Deste ponto de vista, a grande novidade dos últimos dias, foi a descoberta de que uma possível vitória democrata, nas eleições de 2008, não mudará a agressividade e o belicismo da Administração Republicana, e aumentará o protecionismo econômico, com relação à Administração Bush. Talvez por isto mesmo, se multiplicam por todos lados, neste momento, as forças e os países que colocam sobre a mesa, de forma cada vez mais explícita, suas reivindicações expansionistas. No mesmo dia da crise da bolha imobiliária, a aviação russa sobrevoou a base militar americana de Guam, no Pacífico, pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria. E na mesma semana, colocou uma bandeira russa de titânio no leito do mar do Ártico, num gesto simbólico de disputa territorial, energética e militar, com o Canadá, Noruega, Dinamarca e Estados Unidos. Quase na mesma hora em que anunciava sua decisão de reiniciar a corrida armamentista com os Estados Unidos, a China, a Grã Bretanha e a França, e de forma menos explícita, com a Alemanha e o Japão. Esta mesma disputa territorial e competição energética e militar, se repete neste momento, na Ásia Central, no Sudeste Asiático e na África, e mesmo na América Latina. Numa linha de deterioro das relações internacionais, que passa pela crise das instituições multilaterais, e pela competição e pela militarização cada vez mais rápida dos territórios, mares e espaços. Por isto, não seria de estranhar que esta competição já estivesse alcançando o mundo das moedas internacionais.


Alguém já disse alguma vez, que toda crise monetária esconde sempre uma disputa entre várias moedas com pretensões internacionalizantes, e que estas lutas monetárias, por sua vez, escondem sempre o aumento da tensão entre seus poderes emissores. Para os economistas de jornal e de banco, estes fatos não têm maior importância, e não devem alterar suas análises e investimentos. Mas, para os governos e os economistas que pensam no longo prazo, seria bom que prestassem atenção nos desdobramentos geopolíticos da conjuntura atual, para não serem surpreendidos, como no célebre caso do cidadão que estava no banheiro, na hora da bomba atômica norte-americana, e atribuiu a explosão e a bolha sobre Hiroshima, à válvula sanitária que acabara de utilizar.


José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

De crise em crise

Paulo Nogueira Batista Jr De crise em crise


As atenções estão voltadas para as turbulências internacionais. O foco da crise está no mercado de hipotecas de alto risco dos EUA, mas ela já se propagou para outros segmentos do mercado financeiro e para outros países. Como não poderia deixar de ser, os mercados brasileiros sentiram o impacto das ondas de instabilidade externa.


Trata-se de mais uma turbulência passageira, como a que tivemos em fevereiro? Ou será que estamos diante do início do fim da fase de bonança financeira e econômica? Ninguém sabe ao certo. Os mercados financeiros sofisticaram-se enormemente e se tornaram mais opacos. A verdadeira extensão dos riscos é desconhecida. Mas há indicações de que o atual episódio de instabilidade é mais grave do que os anteriores. O fluxo de más notícias é praticamente contínuo. Os principais bancos centrais do mundo foram levados a intervir pesadamente, com maciças injeções de recursos, na tentativa de conter o pânico.


Uma certa angústia é inevitável. A pergunta que muitos fazem é a seguinte: teremos uma repetição das crises da década de 90, com graves efeitos no Brasil?


Por um lado, a situação atual é mais preocupante. Nos anos 90, as crises tinham origem na periferia do sistema internacional (México, Leste da Ásia, Rússia etc.). Agora, o epicentro está na maior economia do mundo, que exibe sinais de fragilidade e depende muito de capitais estrangeiros. O déficit em conta corrente do balanço de pagamentos dos EUA cresceu significativamente nos últimos anos, estabilizando-se em torno de 6% do PIB desde 2005.


Por outro lado, é inegável que a posição brasileira é mais sólida hoje do que era na década de 90 ou no início da década atual. O Brasil aproveitou a bonança dos últimos cinco anos para reduzir consideravelmente a sua vulnerabilidade externa, um problema que nos perseguia há muito tempo. Cheguei a publicar nesta coluna, em 2003, um artigo intitulado: "Vulnerabilidade e(x)terna?".


Desde então, os nossos indicadores melhoraram muito -bem mais do que eu esperava. A balança comercial registrou megassuperávits. De 2003 a 2006, tivemos superávit no balanço de pagamentos em transações correntes. Em 2007, teremos provavelmente outro superávit. Cinco anos consecutivos de saldo em conta corrente é um resultado talvez inédito na história brasileira.


Nossas reservas internacionais cresceram de forma expressiva, alcançando quase US$ 160 bilhões. A situação fiscal está razoavelmente arrumada. A inflação foi controlada. A economia brasileira começa a crescer a taxas mais adequadas.


Em resumo, a economia está bem mais preparada para enfrentar choques externos. Não é invulnerável, claro. Temos pontos fracos. O maior deles talvez seja a existência de uma dívida pública interna de prazo curto e ativos financeiros domésticos de grande liquidez. Como a conta de capitais é bastante aberta, um agravamento dramático da situação internacional poderia desencadear uma fuga de capitais. A troca de ativos em reais por moeda estrangeira pressionaria a taxa de câmbio e/ou as reservas internacionais do país.


Estamos longe disso, mas não podemos ser complacentes. O Brasil pagou, nas últimas três décadas, um preço alto demais por subestimar os riscos associados a turbulências internacionais.


P.S.: Há um lado positivo na turbulência recente. A moeda brasileira voltou a se depreciar, depois de um longo período de apreciação excessiva. Foi preciso que o mundo financeiro viesse abaixo, para que o dólar reagisse um pouco aqui no Brasil.


Artigo publicado na edição desta quinta-feira (16) da Folha de S.Paulo.

terça-feira, agosto 14, 2007

Em busca da política

Existem textos merecedores de leitura constante. Alguns deles se destacam pelo conteúdo contemporâneo, como o que segue:
Estamos reunidos no interior de uma nação que está à beira da ruína moral, política e material. A corrupção domina as eleições, as legislaturas, o congresso, e toca inclusive na pureza da magistratura. A gente se encontra desmoralizada.

Este o preâmbulo de uma longa plataforma política. Não foi produzido por brasileiros aflitos. Por nenhuma ONG. Sequer órgão de classe assume sua paternidade.

Características de desespero moral, as duras palavras não foram elaboradas por aqui. Apesar da atualidade nacional apontar mazelas idênticas às retratadas no documento parcialmente transcrito.

Trata-se de uma explosão cívica ocorrida no ano de 1892. Longe daqui. Lá na cidade de Saint Louis, nos Estados Unidos da América. Nascia o Partido do Povo, de breve duração no cenário político daquele país.

Os temas então abordados coincidem com as atuais preocupações nativas. A democratização monetária. A redistribuição da terra. A melhoria dos serviços de transportes. O bom emprego dos impostos. A nacionalização das estradas de ferro.

O Partido do Povo formou-se com o apoio dos produtores rurais. Queriam o rompimento do oligopólio exercido pelos dois partidos dominantes: os democratas e os republicanos.

A lembrança destes fatos parece oportuna. O Brasil de hoje se assemelha, em muitos aspectos, com a vida americana do Século XIX. Então, aquele país começava a desenvolver meios capitalistas de produção.

Aqui, tardiamente, o capitalismo passa a tomar configuração. Cessaram as costumeiras críticas elaboradas pela direita e pela esquerda. Ambas na busca de preservar privilégios específicos de segmentos sociais definidos.

Vale registrar mais. Os Estados Unidos venceram obstáculos, progredindo sempre, por um único e saudável motivo. Jamais os americanos abandonaram a democracia representativa e, particularmente, a liberdade de expressão.

Atuaram em oposição ao processo desenvolvido nesta América meridional. Aqui, as crises não merecem debates. Clama-se logo pela queda dos governantes. De pronto, soa a ordem de plantão permanente: Fora!

Um imediatismo pouco salutar. Pior ainda. Deforma as instituições. Fere a imagem dos mandatos eletivos. Nada constrói. Resulta apenas agressão aos princípios democráticos.

O que nos falta para chegar lá, ou seja, ao ponto dos Estados Unidos de hoje? A efetiva participação política. A defesa de princípios. O engajamento permanente com ideais e programas definidos pelos partidos.

Os partidos registram fragilidade moral? Deve existir exceção. Procure-se o mais conforme com a própria maneira de pensar de cada um. Acompanhe a trajetória dos eleitos. Comunique-se com os parlamentares. Mostre apoio ou desconformidade com suas atitudes. Proteste.

Explosões circunstancias de vontade não conduzem a nada. Apenas o burburinho momentâneo. Noticiário de jornais. Eventuais imagens na televisão. Depois, o vazio. O esquecimento.

Falta na vida política nacional a boa continuidade. Predomina o tudo já. O agora. Uma comunidade se forma ao longo do tempo. Necessita de organismos partidários duradouros. Lideranças construídas nos embates da vida pública.

Muitos presidentes da República construíram-se artificialmente. Produtos dos meios televisivos. Ocuparam vazios advindos do vácuo produzido pelo regime militar.

Agora é momento de se pensar adulto. Exercitar ações políticas efetivas. Apoiar novas lideranças advindas dos combates eleitorais. Utilizar a internet como meio de protesto. De formulação de novas idéias.

Existem motivos para confiar. A democracia se consolidou. A sociedade rural transformou-se em urbana. Nas cidades, apesar das aparências em contrário, a evolução cívica acelera-se.

Nos espaços urbanos, geram-se ativos pólos de distribuição de conhecimento. Amplia-se a intensidade e rapidez das mudanças sociais. Com duzentos anos de diferença, atinge-se, enfim, por aqui, um razoável grau de democracia. Basta um pouco de esforço e uma cotidiana ação cívica. Vai dar certo.

Explosões grupais de desespero não contêm efetividade. São superficiais. Passam. O importante é ir em da busca da política, como ação coletiva. Nesta atitude cidadã, os partidos políticos mostram-se indispensáveis. Filie-se a um deles.




Cláudio Lembo é advogado e professor universitário. Foi vice-governador do Estado de São Paulo de 2003 a março de 2006, quando assumiu como governador.

SCHEINKMAN GOSTA DO GRANMA

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 613



Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.





. O meu amigo José Alexandre Scheinkman, um dos mais notáveis economistas brasileiros e colunista da Folha de S. Paulo, fez uma interessante analise da mídia conservadora (e golpista !) – o ponto de exclamação é dele -, de alguns blogueiros, de “extremistas brasileiros”, e alguns “defensores mais radicais do presidente Lula”.

(Leia na Folha, pág. B12, de domingo, dia, 12 de agosto de 2007.)

. Para Scheinkman, esses estranhos personagens têm a pretensão anti-capitalista de ler jornais em que o noticiário – ao contrário dos editoriais e colunas – fosse imparcial.

. A separação entre “Church and State”, entre editoriais e informação, como existe nas melhores casas do ramo, na Europa e nos Estados Unidos, é uma agressão ao espírito do “mercado”, informa-nos Scheinkman.

. Scheinkman sustenta seu argumento num paper de Matthew Gentzkow e Jesse M. Shapiro, da Universidade de Chicago (onde Scheinkman foi um dos mais respeitados professores), cuja última versão é de novembro de 2006.

. O estudo, no Brasil, não é lá essas novidades.

. Aqui, no Conversa Afiada mesmo, já tratamos dele, ao tentar explicar por que a mídia americana (e brasileira) foi para a direita (clique aqui para ler).

. O estudo de Gentzkow e Shapiro procura provar que os jornais diários americanos distorcem o noticiário, porque é o que os leitores querem – e não os donos de jornais.

. Logo, os jornais (como os dentifrícios) se regulam apenas pelas leis do mercado – acompanhar o gosto dos leitores – e não pelo que pensam seus proprietários – e muito menos por Tocqueville !

. A idéia de que os jornais deveriam ser instrumentos da democracia – pobre Tocqueville ! -, e oferecer aos leitores a informação mais objetiva possível, para que eles, leitores, formassem suas opiniões e fizessem, livremente, suas escolhas – isso foi para o beleléu.

. Algumas questões preliminares, porém.

. As empresas que editam diários nos Estados Unidos não são muito parecidas com as brasileiras.

. Nos Estados Unidos, muitos jornais diários pertencem a grandes grupos empresariais de múltiplos interesses e não a poucas famílias de um negocio só – como aqui.

. Nos Estados Unidos, há uma imprensa diária regional muito mais importante do que aqui.

. Nos Estados Unidos, não há a concentração na mídia que existe no Brasil.

. E mesmo nos Estados Unidos, onde o papel dos donos de jornal – segundo Scheinkman, Gentzkow e Shapiro – é irrelevante na “inclinação” (“slant”) do noticiário, quando o maior empresário de mídia do mundo foi comprar o melhor jornal impresso dos Estados Unidos, o que aconteceu ?

. A família Bancroft, proprietária do Wall Street Journal, exigiu que Murdoch se submetesse a um Conselho Editorial.

. E Murdoch teve que se submeter, mais ainda, à imposição dos EDITORIALISTAS, aos redatores da OPINIÃO do Journal: Murdoch não vai poder determinar a linha dos editoriais nem escolher os colunistas !!!

. Se levarmos em consideração que o Wall Street Journal é um jornal de opinião conservadora, que seus leitores são conservadores, e que Murdoch é o Mullah do conservadorismo na mídia mundial – como é que fica a tese dos nossos amigos Scheinkman, Gentozkow e Shapiro ?

. Por que cargas d’água a família Bancroft e os editorialistas do Journal precisariam amarrar uma coleira no pescoço de Murdoch ?

. Aqui no Brasil, caríssimo Scheinkman, os jornais diários são a expressão impressa dos desígnios e idiossincrasias de três famílias: Marinho, Mesquita e Frias.

. (A Veja entra num outro capitulo, como braço do Fascio brasileiro.)

. Além de reproduzirem cada vez mais o que supõem ser a aspiração de seus leitores, os jornais expressam, cada vez mais, com veemência, o que os seus proprietários gostariam que acontecesse no Brasil.

. Ou seja, gostariam de abreviar ou implodir o Governo Lula.

. Caro Scheinkman, enquanto, em Chicago, você se beneficiava do raro prazer de ler o Trib, o New York Times e o Wall Street Journal, nós, aqui, especialmente em São Paulo, temos que ler jornais de qualidade infinitamente inferior e completamente “slanted”.

. Um membro notável da família Mesquita foi discutir, em 1964, a formação do Ministério com o líder militar que depôs o presidente constitucionalmente eleito.

. As camionetes da Folha, onde você, quinzenalmente, nos brinda com seu brilho, serviam à Oban, durante o período mais negro dos “anos militares”.

. E a família Marinho trabalha para derrubar – por qualquer meio – os governos trabalhistas, desde Vargas.

. Scheinkman, meu caro, aqui todos são o Citizen Kane: “Give me the facts, I’ll give you a war !”

. E não é à toa que os jornais brasileiros e americanos – por causa desse “slant” - caminham inexoravelmente para o buraco...

. O raciocínio de Gentzkow e Shapiro pode levar a conclusões esdrúxulas.

. Por exemplo, a Folha de S. Paulo, ao descobrir que Geraldo Alckmin é o candidato a prefeito da preferência de seus leitores, só cobrir a campanha do Alckmin.

(Isso jamais acontecerá, porque a Folha morre de amores por José Serra – um dos mais notáveis economistas brasileiros, como sabe Scheinkman – e o candidato de Serra está em quarto lugar na pesquisa.)

. A Folha de S. Paulo, por exemplo, não precisaria dar a menor bola para Corinthians, Palmeiras e Santos, porque a maioria de seus leitores torce pelo São Paulo.

. Se for assim, meu caro Scheinkman, vou começar a desconfiar que você, Gentzkow e Shapiro acham o Granma uma beleza: não é esse o Granma que os seus leitores querem – independente do que Fidel achar ?

(Em tempo: acatarei a sua sugestão: daqui para frente, só pretendo me referir à mídia conservadora (e golpista !) com o ponto de exclamação !)

segunda-feira, agosto 13, 2007

Mercados nervosos, analistas neuróticos

Segunda, 13 de agosto de 2007, 11h21


Luiz Gonzaga Belluzzo






As alterações ocorridas ao longo das três últimas décadas na estrutura da riqueza capitalista e na operação dos mercados financeiros tornaram mais complexa a trajetória das economias e mais contraditória a gestão dos Bancos Centrais. O maior peso da riqueza financeira na riqueza total foi acompanhado pela concentração crescente da massa de ativos mobiliários sob controle "coletivista" dos fundos mútuos, fundos de pensão e fundos de hedge. Os administradores desses fundos ganharam poder na definição de estratégias de utilização da "poupança" e do crédito. A abertura das contas de capital suscitou a disseminação dos regimes de taxas flutuantes e o crescimento dos instrumentos de hedge, diante da volatilidade das taxas de juros e câmbio. A "securitização" dos empréstimos bancários e o uso intenso dos derivativos ampliaram, para o bem e para o mal, o papel das flutuações da liquidez no desempenho dos mercados financeiros. As agências de classificação de risco passam a se envolver com os "classificados", prestando serviços de aconselhamento e propaganda, ao mesmo tempo em que pretendem exercer o papel de tribunais com legitimidade para julgar a qualidade dos ativos.
Na década dos 80, a ampliação dos mercados de capitais, ao estimular a colocação direta de papéis de dívida, capturou as empresas mais fortes e mais bem reputadas, deixando para os bancos a clientela de maior risco, empresas mais frágeis e consumidores insaciáveis. Esses mercados teriam a virtude de combinar as vantagens da melhor circulação das informações, da redução dos custos de transação e da distribuição mais racional do risco.

Nos anos 90, para enfrentar a parada dura, os bancos foram à luta: reivindicaram e conseguiram se transformar num supermercado financeiro, terminando a separação das funções entre os bancos comerciais, de investimento e instituições encarregadas do crédito hipotecário, imposta pelo Glass-Steagall Act na crise bancária dos anos 30. Buscaram escapar das regras prudenciais, promovendo a securitização dos créditos. Tangidos pelas forças da concorrência, deram início a um intenso e ainda não encerrado processo de concentração bancária e de expansão internacional.

Apesar de todos os avanços nas técnicas de gestão do risco e do maior rigor imposto pelas regras da Basiléia, o ímpeto da concorrência levou o sistema bancário internacional à incessante violação de todas as normas e à velha e fatal combinação entre euforia, má avaliação dos créditos, concentração setorial de ativos e super-alavancagem. As relações promíscuas e perigosas entre os bancos e os fundos de hedge revelam que as regras da Basiléia foram contornadas facilmente. A enorme concentração nos ativos baseados em créditos hipotecários revela que diversificação do risco é um conto do Barão de Munchausen.

Diga-se que o establishment financeiro americano jamais se conformou com a regulamentação imposta aos bancos e demais instituições não-bancárias pelo Glass-Steagall Act no início dos anos 30. Foi também grande a resistência dos negócios do dinheiro às propostas de Keynes e de Dexter White para a adoção de controles sobre os movimentos de capitais nas reformas do sistema monetário internacional do pós-guerra. Ainda assim, nos sistemas monetários e financeiros constituídos depois da Segunda Guerra mundial, o clima favorável à manutenção do pleno-emprego e às políticas de desenvolvimento permitiu que o pêndulo se inclinasse, durante um bom tempo, para a presença importante dos bancos públicos, para o controle e direcionamento do crédito, bem como para a regulamentação e separação entre as instituições financeiras, com o propósito de impedir o envolvimento dos bancos comerciais com o financiamento de posições especulativas nas bolsas e nos mercados imobiliários.

As turbulências que atormentaram os mercados na semana passada fizeram retornar à pauta do debate econômico o papel dos "fundamentos" na eclosão das crises financeiras. Os economistas do "mercado" invocam os fundamentos quando os surtos especulativos ameaçam sair fora do controle, assim como minha avó materna recorria a Santa Bárbara quando desabavam as tempestades. Devo registrar que Santa Bárbara cumpriu seu papel: enquanto dona Hermelinda rezava, raios e trovões estouravam bem longe da casa. Já os ditos "fundamentos" estão devendo.

O saber convencional proclama outra vulgaridade, decorrente da anterior. Proclama que o crescimento continua sólido e que, portanto, a crise financeira não passa de um episódio temporário. Os estudiosos mais respeitados dos ciclos econômicos sustentam que no capitalismo as crises são produzidas pelo crescimento. Não há notícia de crises permanentes, nem de expansões exuberantes intermináveis. Mas a duração das fases dos ciclos econômicos - tanto as de expansão quanto as de ajustamento - pode ser bastante longa.

A crise japonesa do início dos anos 90 durou praticamente dez anos. A longa purgação não deve ser atribuída apenas à inabilidade dos policy markers. Resultou, sobretudo, dos excessos cometidos durante o período de euforia na bolsa de valores e nos mercados imobiliários.

Nas últimas semanas, analistas e palpiteiros de todos os matizes e tendências invocaram os estudos economista americano Hyman Minsky sobre o ciclo financeiro. Considerado um heterodoxo, o keynesiano Minsky formulou hipóteses sobre a formação de preços de ativos nas economias monetárias em que a liquidez pode, a qualquer momento, se tornar restrita.

A liquidez não é uma propriedade intrínseca de qualquer ativo particular, mas é gerada pela dinâmica competitiva numa economia monetária. Tomadas em condições de incerteza, as decisões privadas não conseguem escapar da compulsão de ganhar a dianteira e bater o concorrente. Trata-se, portanto, de um fenômeno sistêmico, no sentido de que é resultado de um ambiente em que as decisões estratégicas dos protagonistas são miméticas. Estão precariamente apoiadas em expectativas a respeito das expectativas dos demais.

As expectativas de valorização de ativos cuja oferta é relativamente rígida, provoca, de fato, uma "explosão" de preços cuja continuidade é sustentada pela expansão e concentração do crédito na busca desaçaimada dos ativos de maior valorização esperada. A confirmação dos ganhos de capital antecipados reforça a febre especulativa e estimula as famílias, as empresas, os bancos e demais intermediários, com posições próprias, a aumentar o seu grau de "alavancagem" nos mercados de ativos - financeiros instrumentais e imobiliários - favorecendo a progressão do surto "inflacionário".

Nesse clima, é inevitável o rebaixamento dos critérios de concessão de crédito. Os bancos e demais intermediários financeiros, na medida em que as projeções otimistas se confirmavam, lançaram-se à cata de novos clientes. Passaram a inchar suas carteiras de ativos com dívidas de empreendimentos mais arriscados, cuja recuperação estará seriamente ameaçada.

Depois da Grande Depressão dos anos 30 do século passado, as políticas monetárias e fiscais anti-cíclicas inspiradas no keynesianismo cumpriram o que prometiam, ou seja, sustar a recorrência de crises de deflação de ativos e de "desvalorização do capital". A reiteração de intervenções de última instância dos bancos centrais e a geração de déficits fiscais - ao aumentar a dívida pública de "boa qualidade" - impediram a desvalorização da riqueza já existente e ampliaram o peso dos ativos financeiros na riqueza total.

Constitui-se uma nova agenda de convenções antitética àquela que imperou entre o final do século XIX e a Grande Depressão. Criou-se, na verdade, uma situação de "moral hazard" permanente: seja qual for a intensidade do porre de otimismo, os bancos centrais vão interferir para curar a ressaca. Os mercados cultivam a percepção de que as perdas devem ser limitadas.

Assim, as ações de estabilização do Estado Keynesiano favoreceram avanço do processo de "securitização" e de desregulamentação dos mercados. As técnicas de securitização de créditos bancários, o uso de derivativos e a intensa informatização dos mercados permitiram ampliar o volume de transações. Essas massas de capital líquido estão concentradas sob o comando de grandes investidores institucionais. São fundos de pensão, fundos mútuos e - o último rebento da finança moderna - os fundos de hedge que, operando em várias praças financeiras, usam intensamente o crédito bancário para "alavancar" posições em ativos.

Os episódios de euforia global e liquidez excessiva terminariam em "crashes" espetaculares não fossem as intervenções de última instância dos bancos centrais mais poderosos no centro do sistema monetário internacional.

Até agora as políticas monetárias e os arranjos cambiais têm conseguido promover a "fuga para frente" no afã de manter sob controle os Mercados da Riqueza e, ao mesmo tempo, sustentar as taxas de crescimento da economia global.

Nos últimos anos, houve redução da volatilidade nos preços dos ativos e das moedas e maior liquidez para os mercados, ensejando um elevado grau de "alavancagem" das posições assumidas por todos os protagonistas do mercado, desde os consumidores até os hedge funds. Quando os agentes são surpreendidos por movimentos bruscos e não antecipados de preços, as perdas estimadas obrigam à liquidação de posições para cobertura de margem, ampliando desmesuradamente os riscos de mercado, de crédito e de liquidez.

A expectativa de uma queda dos preços dos ativos subjacentes geralmente dá origem a um forte desequilíbrio entre posições compradas e vendidas, o que espreme a liquidez dos mercados. Os bancos, se envolvidos no financiamento de posições nos mercados de "securities", são obrigados a contrair o crédito. Esse movimento defensivo agrava a crise de liquidez, atingindo o conjunto da economia, inclusive as empresas e os setores que apresentam balanços saudáveis e baixa alavancagem.

Desencadeia-se a crise de pagamentos. Operando num regime de reservas fracionárias, os bancos comerciais desfrutam de uma condição peculiar em relação ao demais intermediários financeiros: a prerrogativa de criar moeda e, assim, multiplicar depósitos, isto é, passivos bancários que se convertem em meios de pagamento. Estes depósitos são, portanto, dinheiro e podem ser movimentados por seus titulares com o propósito de adquirir bens e serviços ou pagar compromissos.

A rede de pagamentos formada pelo sistema bancário é crucial para o funcionamento adequado dos mercados financeiros. Ela se constitui na infra-estrutura que facilita o "clearing" e a liquidação de operações entre os protagonistas da economia monetária. Dificuldades nessas instituições, que estão na base do sistema de provimento de liquidez e de pagamentos, se transformam inevitavelmente em dificuldades para o conjunto da economia. Na ausência de socorro tempestivo oferecido por um emprestador de última instância a propagação do pânico leva inexoravelmente à contração do crédito, à ruptura do sistema de pagamentos e à corrida bancária. As autoridades monetárias, representando o interesse coletivo, não podem deixar que prosperem e se aprofundem o processo de contágio, a deflação de ativos e a contração do crédito. É necessário que os bancos centrais estejam dispostos, nestas circunstâncias, a prover abundante liquidez para os mercados em crise.

O trauma num destes mercados tem enorme potencial de contaminação, provocando, em geral, fugas para moedas e ativos considerados de melhor reputação e qualidade. A crise de liquidez rebate pesadamente sobre a solvência dos emissores de ativos de maior risco. Os bancos, financiadores "finais" de posições nestes ativos depreciados, terão que digerir as perdas e, para tanto, vão tentar recompor seus níveis de capitalização e de liquidez, restringindo a oferta de crédito para outros agentes, inclusive aqueles mais bem situados no ranking de avaliação de riscos. Exemplo disso foi a espetacular subida de 400 a 1.000 pontos básicos, nos spreads cobrados às empresas americanas, após os episódios da Rússia, do ataque ao Brasil e da quebra do LTCM.

O hedge fund americano havia apostado, com elevada alavancagem, numa convergência de preços entre papéis de países emergentes e os títulos do Tesouro americano. A crise russa contrariou as previsões dos sabichões: os spreads se ampliaram. Foi pronta a intervenção do Federal Reserve. A atuação do Fed buscou evitar que uma situação marcada pela emergência de risco sistêmico culminasse na eclosão de uma crise sistêmica.

Há dúvidas quanto à natureza da crise atual. Os especialistas divergem: liquidez ou insolvência? O Federal Reserve, o Banco Central Europeu e o Banco do Japão injetaram rapidamente dinheiro no mercado interbancário com o propósito de estancar a contração da liquidez.

No entanto, o desfecho das manobras dos bancos centrais está condicionado às alterações no "estado de expectativas" dos possuidores de riqueza. Keynes no Treatise on Money considerava fundamental para o sucesso da política monetária a divisão de opiniões entre altistas e baixistas. Na Teoria Geral esse fenômeno encontrou uma definição mais precisa no conceito de preferência pela liquidez.

Isto significa que, quando a opinião dos mercados está equilibradamente dividida entre os que apostam na elevação dos preços dos títulos e os que acreditam na sua queda, os mercados funcionam suavemente e não ocorrem alterações capazes de perturbar a trajetória da economia. Se, ao contrário, as opiniões se concentram numa só direção, a ação do banco central tem grande chance de fracassar. Na fase eufórica do ciclo de crédito, as opiniões se concentram na ala "otimista", os bulls comandam a manada. Uma vez deflagrada a "reversão de expectativas", as opiniões do mercado tendem a se concentrar em torno de uma posição "baixista". Nessa situação, a tentativa de injetar a liquidez nos mercados interbancários pode não funcionar. Se o grau de desconfiança e de pessimismo for elevado, os mercados reagirão negativamente. A descrença dará curso à queda de preços dos ativos e, certamente, provocará uma forte contração do crédito.




Luiz Gonzaga Belluzzo é professor titular aposentado da Unicamp, consultor editorial da revista Carta Capital e vencedor do prêmio Juca Pato em 2005.
Terra Magazine

Sobre as agências reguladoras

A primeira "agência reguladora" surgiu nos Estados Unidos, em 1877 (Interstate Commerce Commission), a fim de arbitrar o conflito entre as estradas de ferro privadas e os proprietários rurais que delas dependiam. Tratava-se do velho problema das tarifas, que os donos das ferrovias impunham, no exercício de abusivo cartel, e eram escorchantes. A pressão dos agricultores e pecuaristas levou o Congresso a instituir a Comissão, como órgão assessor do Poder Legislativo, a que se submetia. As outras agências que vieram a ser criadas obtiveram sempre mais autonomia, e, durante o New Deal, se tornaram fortes instrumentos do Poder Executivo, para fazer eficazes as leis de reconstrução industrial de Roosevelt. Uma delas foi o Fed, criado em 1913.



Já no Brasil, as agências reguladoras foram criadas durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso atendendo a orientações ditadas pelo Fundo Monetário Internacional e no rastro do processo de privatizações,desde que foram criadas pelos tucanos, as agências reguladoras se têm revelado devotas servidoras das grandes empresas privadas que elas deviam fiscalizar e disciplinar.

Tais agências são um atraso sem igual, para se fazer justiça social, bem como para elaboração e execução de planos de integração Nacional.
A legislação criada pelo psdb na época do senhor FHC impede, por exemplo, um número decente e justo de pedágios, fazendo com que o usuário seja super-explorado e que os governos municipal, estadual e federal não tenham meios legais, enquanto essas agências e respectiva legislação existirem, em limitar e mesmo frear tais abusos.
Em países desenvolvidos da Europa (Itália, França, Alemanha, suíça, por exemplo), e da Ásia, é o governo federal, em órgãos específicos, que administra esse importante setor nacional e não agências que, na maioria das vezes, representam o puro interesse econômico de grupos particulares nacionais e estrangeiros que se esbaldam com o dinheiro do cidadão, em tarifas abusivas.
Fortalecer tais agências e mesmo tê-las, vai na contra-mão dos interesses do povo, como demonstram os países europeus e asiáticos desenvolvidos.

Morcego Vermelho

domingo, agosto 12, 2007

As Organizações Globo apoiaram entusiasticamente o golpe de estado de 1964. A empresa do Roberto marinho foi amplamente compensada por ato. Não esqueçamos que a ditadura implantada no país prendou, torturou e matou muitos brasileiros. Como prêmio a Globo se transformou na maior máquina de mídia. Para isso tiraram a Excelsior do caminho, esta sim uma das pioneiras da telenovela no Brasil. A Globo se transformou no suporte midiático do regime militar. Ela enaltecia o regime e a escuridão que atravessou o país durante todos aqueles anos. No final dos anos 1970 e início dos 1980, a Globo escondeu o movimento pela redemocratização. Só mostrou o Diretas Já quando não dava mais para esconder. Ela foi fiel aos militares até o fim e entrou entusiasmada na chamada Nova República que tinha Tancredo Neves como presidente. Tancredo não assumiu e no seu lugar foi colocado o vice, José Sarnei. Depois de muitas lutas, o país ganhou o direito de eleger o presidente da República. No segundo turno a peleja ficou entre Lula e Collor. Fiel a oligarquia, a globo dá outro golpe. No último debate entre os presidenciáveis, ela muda a apresentação do debate, beneficiando Collor. Collor é eleito e o páis entra na primeira fase do neoliberalismo, com privatizações e abertura escancarada do país às importações. Com a corrupção correndo solta, o movimento pelo impeacheament do Collor ganha ás ruas, os chamados Caras Pintadas. A Globo também esconde o movimento até o último momento, isto é, quando o Collor é expulso da presidência e assume Itamar Franco. Itamar escolhe fhc para ser ministro da economia e lhe dá carta branca para fazer um plano que acabe com a inflação. Com a experiência do Cruzado em 1986 e o mundo com liquidez, o plano é eficaz e debela a inflação do país. Naquele momento Lula tinha ampla vantagem na eleição de 1994 para a presidência do país. E a mídia entra de sola, fazendo propaganda do real e colocando obra de fhc, sendo que foi Itamar que correu todos os riscos. Com o apoio da Globo, fhc é eleito presidente do Brasil. Antes, a Globo já tinha quebrado o galho de fhc. Como senador ele teve um filho com uma jornalista da Globo (parece que elas adoram ter filhos com senadores). Além de não dar o fato, a emissora exila a jornalista e o filho dela na Europa. Nem o nome de fhc consta no documento da criança. Tudo é abafado pela mídia conservadora (e golpista) brasileira. No governo fhc continua a obra de Collor, com a privataria, abertura das importações, corrupção deslavada e compra de voto para passar a reeleição, tudo com a benção da globo e da mídia brasileira. Comenteram um erro fatal ao sobrevalorizar o real e provocar déficit em conta corrente. Como resultado dessa incompetência o país foi cada vez mais se endividando externa e internamente. A Globo com seus púlpitos (os Palpiteiros econômicos Miriam Leitão e Sardenberg) saudavam o grande presidente do Brasil. O gênio da Serra da Cantareira. Na eleição de 1998 para presidente aparece de novo o fantasma do sapo barbudo e de novo a Globo apoia incondicionalmente o grande sedutor fhc. O país está à beira de uma crise econômica, mas o fato é escondido. Para alegria dos que hoje se dizem cansados e tristeza do país, fhc é reeleito. Doze dias depois o real vai pro vinagre, volta a inflação e o desemprego cresce. Mas na globo e na mídia conservadora (e golpista) nenhuma crítica. O povo sofre com aumento dos bens de primeira necessidade, o desemprego é endêmico, a violência também. A turma dos cansados nem ai. O povo que se lixe. Os Palpiteiros Econômicos Miriam Leitão e Carlos Sardenberg desfrutavam do lucro que ganharam prestando bons serviços aos seus patrôes. Crítica a fhc? Nem pensar, criticar o grande timoneiro, o maior sociólogo do cone sul, o gênio da Serra da Cantareira. Aos trancos e barrancos o país vai vivendo, a popularidade de fhc despenca. a Globo se mantém leal, assim como a turma dos cansados e dos palpiteiros econômicos. A OAB-SP nem um pio. A Febraban ganhando rios de dinheiro. A Fiesp, mesmo os empresários brasileiros, amargando queda de produção e de consumo, se mantém ao lado de fhc. A Angélica e o seu marido, assim como a Ana Maria Braga, nem sei o que faziam nesse tempo. A Philips continuava fabricando eletroeletrônico e nem cogitava lidera golpe de estado. O João Dória Jr., nesse tempo cuidava mais dos seus ternos e não se metia a liderar movimento golpista. E a Globo endividada até o talo, por causa da quebra do real, continuava caninamente apoiando os tucanos. Em 2001 vem o grande apagão elétrico que diminui o produto interno bruto do Brasil em pelo menos dois porcento. Tudo sob as graças do mercado, que ganhou um sistema elétrico montadinho e funcionando direitinho. Como só queriam lucros astronômicos, deu uma banana para o país e não investiu, conforme o que os Palpiteiros Econômicos previram. O país fica às escuras. Há queda de investimento, de emprego, de renda e ninguém da elite se cansou. Em 2002, não deu, mesmo a Globo apoiando o Serra do PSDB, o LUla do PT ganha de forma massacrante a presidência da República. O presidente coloca as finanças em dia, aumenta as exportações, o número de emprego e aumenta a distribuição de renda. Tudo estava indo muito bem, quando em 2005, a mídia foca o mensalão e fazem oposição ao presidente até nas colunas de horóscopo. Queriam sangrar o presidente para que este não se relegesse. A Globo et caterva assumem a candidatura do Alckomin. Criam um personagem honesto (que fugiu da instalação de 70 CPIs na Assembléia Legislativa) competente (O PCC provou o contrário) e capaz de conduzir o Brasil rumo ao desenvolvimento (a sua gestão ineficiente no Estado de São Paulo provou o contrário). Fizeram campanha contra o Lula e a favor do Alckmin 24 horas por dia. Foram os sabujos do jornal Nacional Willian Bonner (aquele que acha que o brasileiro é tão estúpido como o Homer Simpson), Willian Wacck (sempre com cara de poucos amigos e amigo dos tucanos) Alexandre Garcia (aquele que exaltava a ditadura militar), Ana Maria Braga (aquela que só entendia de cozinha), Jô soares ( aquele que se acha sabichão, apesar de ter copiado um programa dos Estados Unidos), o Faustão (dispensa comentário), Renato Machado e toda claque global. Todos conduzidos pelo Ali Kamel, que ocupa o cargo menos por capacidade e mais por obediência canina ao que querem os Marinos. Esconderam o desastre com o avião da Gol ás vésperas da eleição e manipularam as fotos do dinheiro do dossiê tucano e o debate (de novo) eleitoral. Conseguriam levar a eleição para o segundo turno. só não contavam com a força do povo e deu Lula de novo. O governo suspira aliviado, pois acredita que a Globo et caterva vão ser civilizados. Ledo engano. Arrumaram um apagão aéreo. Incentivaram os controladores de vôo a prejudicar a aviação no país. Quando houve o desastre com o avião da Tam, alegremente, apesar do momento ser de luto, a globo e a mídia conservadora e golpista passaram a fazer uma cobertura que deveria ser caso de polícia. Gritaram, colocaram nas manchetes que a culpa era do governo federal. Quando os fatos vieram à tona de que a aeronave tinha problemas, simplesmente estão fazendo que não é com eles e não informam o povo brasileiro corretamente. Eles estão apoiando com todos enstusiasmo a versão Marcha pela Família, com Deus e pela Liberdade, intitulada Cansei. Eles cansaram de perder eleições democráticas e por isso apoiados pela mídia e por grupos reacionários, tentam dar um golpe de estado, assim como foi em 1964. O Brasil está crescendo, as pessoas estão vivendo melhor e por isso o povo apoia o governo Lula de forma muito firma. Assim vamos caminhando, cada dia um novo combate pela democracia no país. O dna da Globo e da mídia conservadora (e golpista) é autoritário.Foi a partir da ditadura que ela se firmou e ela não aceita conviver com a democracia e com o voto do povo. Estamos implantando no Brasil um projeto civilizatório, do qual exige que os meios de comunicação sejam democratizados. Será a luta da civilização contra a barbárie.

BOICOTE Á PHILIPS

Um outro tempo, a mesma catedral

MINO CARTA
O movimento Cansei (há qualquer coisa de nipônico neste nome) ganha adesões formidáveis, como a do tucano DOCG Miguel Reali Jr. e de uma loja maçônica, e planeja para o próximo dia 17 um culto ecumênico na catedral da Sé. Em São Paulo, obviamente. E onde haveria de ser? Sou forçado a recordar outro culto ecumênico na mesma Sé, celebrado dia 31 de outubro de 1975, em memória de Vlado Herzog, assassinado pelos torturadores do DOI-Codi no sábado anterior. A ditadura tomou todas as medidas para impedi-lo, ou, pelo menos, para reduzir seu impacto. Controles e barreiras ao longo das vias de acesso, atiradores de escol postados atrás de janelas dos prédios da praça da Sé. Mesmo assim, compareceram dez mil pessoas. Todos ali estavam cansados das prepotências e dos desmandos ditatoriais, e talvez alguns se arrependessem por ter participado da Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade, que precedeu o golpe de 1964. Aposto que figuras como este D’Urso que comanda irresponsavelmente a OAB de São Paulo, ou um certo empresário Zottolo, boss da Philips, e outros dignos representantes do reacionarismo tucano-udenista, não estariam na catedral naquela sexta-feira carregada de riscos e tristeza, de justos anseios e de desafio. Quanto a João Doria Jr., sugiro que organize a Marcha dos Cachorrinhos das Madames, uma de suas especialidades.

ALERTA DESTE BLOG

Comprar produtos PHILIPS pode acabar com a nossa democracia. Evite golpe de estado, não compre PHILIPS.

Da “teoria das hipóteses”

Da “teoria das hipóteses”

Do dia 7 passado, em O Globo, clama pela atenção dos observadores do singular cenário nativo um artigo de Ali Kamel, diretor da Rede Globo e autor de importantes ensaios (ou seriam aulas?) de jornalismo. É o mesmo que ignorou o acidente da Gol para divulgar, em indiscutível primeira mão no vídeo global, a foto do dinheiro do chamado dossiê antitucanos, sabiamente empilhado pelo delegado Edmilson Pereira Bruno, e entregue ao repórter Tralli. Aconteceu, como talvez alguns cidadãos de boa memória recordem, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2006. No seu artigo, Kamel ensina que somente a “grande” imprensa tem condições de praticar o jornalismo livre e independente. Por quê? Simples: por obra e graças da publicidade, abundante e variada. Outra do professor: a “grande” imprensa, no caso do acidente da TAM, “portou-se como devia”. Por não ser “pitonisa”, tampouco “adivinha”, desde “o primeiro instante foi, honestamente, testando hipóteses”. Há, obviamente, referências à rapidez, correção, isenção e pluralismo, atributos inescapáveis da “grande” imprensa. Está claro que o dinheiro é indispensável à mídia, a bem do negócio. E isso vale para grandes e pequenos. Nem por isso, com resultados retumbantes do ponto de vista jornalístico. A mídia brasileira é medíocre, e para saber disto basta compará-la com aquela de muitos outros paises, inúmeros. Acrescento que, pela primeira vez na minha vida, sou alvejado pela teoria do “teste das hipóteses”. O que existe, em jornalismo, é a verdade factual, como sublinhava Hannah Arendt. No mais, o respeito da máxima latina, in dubio pro reo, e o banimento sumario e definitivo da mentira e da omissão. Estranhamente, todas as hipóteses levantadas pelo noticiário da “grande” imprensa estabeleciam de saída a ligação entre apagão aéreo e desastre, e tendiam a culpar o governo por um e por outro. Seria esta a isenção de que fala Kamel? Seria esta a correção? Vamos à verdade factual: não há relação entre apagão e acidente, enquanto, no que respeita ao primeiro, a omissão e a incompetência do governo são evidentes, embora haja responsabilidades dos governos anteriores, espalhadas por várias décadas. Ah, sim, vamos finalmente ao pluralismo. Os donos da mídia nativa detestam-se mutuamente, mas juntam esforços na hora em que vislumbram algum risco comum, alguma ameaça ao status quo, a surgir no horizonte, por mais remoto. Basta uma sombra vaga, um ectoplasma. E é do conhecimento até da Pedra da Gávea que o alvo hoje é Lula. Que pluralismo é este? Peculiar, digamos. Reconheço, sem maiores tormentos, ser esta “grande” mídia aquela capacitada a se permitir ignorar o acidente da Gol, divulgar fotos fornecidas sorrateiramente por um delegado de policia, testar hipóteses sobre o desastre da TAM. E assim por diante. Impávida e impune, só ela sabe como conduzir tais operações, que nada tem a ver com o jornalismo, e sim com os interesses dos titulares do privilégio e dos seus aspirantes. Às vezes me pergunto até onde vão a arrogância, a prepotência e a hipocrisia, e onde começa o QI baixo.
enviada por mino

Direto da Olivetti do Mino Carta

As opiniões e o engodo

Minha análise de um artigo de Ali Kamel em O Globo, feita ontem, recebeu até o momento 81 comentários. Somente três discordam, com elegância. Muitas observações preciosas e instigantes daqueles que concordam. Não cito seus autores, para não desmerecer ninguém. Um ponto interessante diz respeito ao eventual QI baixo dos nossos pretensos formadores de opinião. Pelo menos, de alguns deles. Há quem aprove, e quem admita a sabujice, a hipocrisia, a arrogância, mas as enxergue como prova de esperteza. De minha parte, sinto que muitos dos nossos comunicadores acabam por acreditar no que escrevem, por obra de um mecanismo psicológico que passa pela tendência ao escorregão, ao deslizamento, por uma debilidade moral ditada em parte pelo medo pânico de perder o emprego. Ou, por outra, gente fraca, sem convicções arraigadas. Um caso extraordinário, limite dos limites, nos foi proporcionado pelo doutor Roberto Marinho, hoje conjunto viário batizado por Marta Suplicy, com o oportuno esclarecimento: jornalista. Ou seja, alguém como nós. Comovente, não é? Pois o nosso colega, ao longo de 1998 acreditou cegamente nas informações da sua colunista Miriam Leitão. Afirmava que a estabilidade era o grande trunfo de Fernando Henrique Cardoso e a bandeira de sua campanha à reeleição. Como talvez alguns cidadãos consigam recordar, exatos doze dias depois de empossado para o segundo mandato, janeiro de 1999, FHC, de abrupto, desvalorizou o real. Trata-se do maior engodo eleitoral da historia do Brasil. E o País quebrou. A própria Globo sofreu um sério abalo. A CartaCapital, ainda quinzenal, foi às bancas com uma capa sugestiva, a imagem de FHC pelo fogo e a chamada QUEBRAMOS. Solitários, botamos o dedo na ferida. E o resto da mídia? Impassível. Indiferente como o sol que surgiu naquele dia para iluminar o desastre ignorado. Logo participei de um debate, diante de uma platéia de garbosos cavalheiros engravatados. Fui recebido com protestos, e a minha fala navegou entre eles.

BNDES JÁ TEM GOLDEN SHARE

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 603

. Acompanho como jornalista, contribuinte e prestador de serviços ao iG a polêmica sobre a formação de uma grande empresa nacional de telefonia.

. Ou seja, uma tentativa tardia de consertar algumas das muitas lambanças do processo de privatização do Farol de Alexandria.

. Fariam parte dessa megaempresa a Brasil Telecom (controladora do iG) e a Telemar.

. O debate, no momento, se trava em torno da Telemar.

. Recentemente, como se viu, houve uma tentativa de “ambevizar” a Telemar.

. (Clique aqui para ler sobre a “ambevização” da Telemar)

. Em suma, seria uma operação em que os acionistas privados botavam a grana no bolso e deixavam a empresa e o bloco controlador a ver navios.

. Por trás, como uma das feiticeiras de Macbeth, o sempre-presente Daniel Dantas.

. O golpe certeiro errou o alvo, por causa da corajosa denúncia de Rubens Glasberg, editor da Teletime.

. Agora, a discussão é sobre a fusão das duas – BrT e Telemar.

. No centro do debate, a golden share, ou seja, aquela criação de Margaret Thatcher, que privatizou as empresas do Estado inglês, e reteve nas mãos do Estado uma ação com direito a veto, para não deixar – e olha que Thatcher não era estatizante – que os novos controladores privados botassem a grana no bolso e dessem uma banana para o publico.

. E aqui ainda se diz que a golden share é estatizante ...

. O Ministro das Comunicações é favor da golden share.

. Os ilustres membros do PT são e não são a favor da golden share.

. Aliás, se há uma área em que o PT navegue com uma ambigüidade suspeita é exatamente essa, a da telefonia...

. Os administradores da Telemar são contra a golden share.

. Especialmente um funcionário contratado, demissível ad nutum, o executivo Luiz Falco, que preside a Telemar.

. Ele fala como se fosse dono da Telemar.

. Parece o Roger Agnelli, presidente da Vale do Rio Doce, que a mídia conservadora (e golpista) elegeu como o padrão de “empresário”, que transformou uma empresa estatal num modelo privado

. Não é bem assim.

. Quando o sr. Agnelli ameaça transferir Carajás para Austrália, se o Governo não fizer os investimentos em infra-estrutura que a Miriam Leitão recomenda, é bom lembrar que ele não é o dono da Vale.

. Ele é um empregado, contratado pelos acionistas da Vale.

. É o caso do Sr. Falco.

. E quem controla a Telemar ?

. Se você somar a participação do BNDES (25%), fundos de pensão (20%) e Banco do Brasil, esses três, em conjunto, têm a maioria das ações que controlam a empresa.

. E o BNDES tem o direito de veto sobre as decisões estratégicas da empresa da Telemar.

. Direito que, aliás, nunca exerceu.

. Portanto, todo esse “trololó” da imprensa – como diria o presidente eleito José Serra – não passa de trololó.

. No caso da BrT, os fundos de pensão, em conjunto, têm a maioria.

. Portanto, a megafusão será decidida entre o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e a Ministra Dilma Roussef, que segue uma filosofia muito interessante: “o governo governa”.

. O Sr. Agnelli só vai transferir Carajás para a Austrália se os acionistas controladores quiserem...

E SE OS HERÓIS FOREM CRIMINOSOS?

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 604

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.






. A Procuradoria da Justiça Militar de Brasília ofereceu denúncia criminal (clique aqui para ler no Último Segundo) contra seis controladores de trafego aéreo.

. Eles são acusados de promover um motim que provocou o “caosaéreo” (clique aqui para ler sobre o “caosaéreo"), desacatar a autoridade e, com isso, interromper o funcionamento do Cindacta-1.

. Eles podem pegar uma cadeia de dois a quatro anos.

. Quem são esses, que a justiça pode vir a considerar criminosos?

. Quem são eles?

. São os heróis da mídia conservadora (e golpista).

. O caos que eles promoviam servia aos interesses da mídia conservadora (e golpista) de duas maneiras:

. Mostrar que o Presidente Lula é incompetente;

. Mostrar que os controladores eram incompetentes porque o Presidente Lula é incompetente.

. E os controladores passavam informação e desinformação à mídia conservadora (e golpista), porque sabiam que ela ajudaria a multiplicar os efeitos da crise – para prejudicar o Governo Lula.

. E, nessa confusão, os controladores, numa operação de óbvia chantagem política, mantinham a mídia e o Governo na coleira – e livravam a cara.

. E se a Justiça os considerar criminosos?

. O que dirá a mídia conservadora (e golpista) sobre o papel que desempenharam – o de cúmplices e algozes dos controladores?

. Não dirá nada.

. Porque essa mídia conservadora (e golpista) só tem uma lógica: derrubar o Presidente Lula.

VANITY FAIR – O BRAZIL PARA AMERICANOS

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 606


. Amiga minha, belíssima, por sinal, que está em Nova York, acaba de ler para mim, ao telefone, alguns tópicos da edição da Vanity Fair, de setembro.



. A Vanity Fair diz tudo o que o Brazil – e a mídia conservadora (e golpista) não costuma dizer.

. Vamos lá:

Na capa, Gisele Bundchen.

Tudo o que Hollywood queria ser e não é, o Brazil é.

Vida noturna, música, festas, fun – e sem culpa.

Ao nascer, o brazileiro tem direito à boa vida !

O pobre ao lado do rico.

O cirurgião plástico de manhã levanta a bunda das mulheres e de tarde conserta crianças com lábios leporinos.

Maleável e mais homogêneo e não tão hierárquico: como eles dizem,
todo mundo tem um “pé na cozinha”.

O mundo se divide em peito e bunda – Brazil é a capital mundial da bunda.

Todos nós somos um pouco brazileiros: o Brazil tem a maior população do Japão fora das lojas Prada.

Um presidente praticamente analfabeto, que veio de uma abissal pobreza rural governa um país que tem uma economia de um trilhão de dólares; surplus comercial; que aumentou o salário mínimo de US$ 50 para US$ 300; a inflação desabou e o crescimento está acima de 3%.


Todo mundo olha para a China que é vingativa e tem uma indústria que consome os recursos do mundo.

Olha para a Índia do século XXII, que tem uma infra-estrutura do século XIX e filosofia do século III.

E a Rússia, de coração negro e alma de marzipan, uma sociedade cruel e exploradora.

E ninguém parece prestar atenção ao quarto cavaleiro do futuro, o Brazil.

Que é tão grande quanto os Estados Unidos continental, tem 20% da água do mundo e tudo o que você plantar lá dá.

O Brazil tem uma capacidade de crescimento impressionante.

O Brazil é o segundo time de todo mundo.

Todas as associações que você fizer com o Brazil serão bem sucedidas e sexy: samba, Ipanema, bundas, futebol, floresta amazônica, e bio-fuel - o etanol.

O Brazil pode fornecer energia a metade do mundo, com o etanol.

E quando você entra num bar para tomar suco de frutas, as dez primeiras frutas você conhece. Das outras 12 que você nunca ouviu falar.

O Brazil é os Estados Unidos de 1850.

Com uma música muito melhor.